Também a família de Nazaré teve as suas
cruzes e as suas penas, a começar pela perda de Jesus em Jerusalém, aos doze
anos; e, depois, a morte do pai José, a partida de Jesus de Nazaré, afastando-se
de Maria, para cumprir uma missão árdua e difícil, até aos dias terríveis da
paixão, que fizeram de Nossa Senhora a mãe de todas as dores. Muitas famílias se
reconhecerão nesta imagem e se sentirão reconfortadas pelo exemplo da Sagrada
Família nas muitas dores da existência quotidiana, com as doenças, as
dificuldades económicas e as necessidades laborais que obrigam a viver longe de
casa, até à morte das próprias pessoas queridas. Se cada família soubesse
reconhecer a graça formidável do sacramento do Matrimónio, nela presente, também
encontraria a força para superar desentendimentos e divisões e para curar
diariamente as feridas a que a vida quotidiana não nos poupa.
A família é o centro natural da vida humana
Excertos de uma intervenção do cardeal
Jorge Mario Bergoglio, hoje papa Francisco: «A família é o lugar da palavra
porque está centrada no amor. As palavras ditas e escutadas na família não
passam, mas giram sempre em torno do coração, iluminando-o, orientando-o,
animando-o. O conselho paterno, a oração aprendida lendo os lábios maternos, a
confiança fraterna, as histórias dos avós… são palavras que constituem o pequeno
universo centrado em cada coração. (…) Muitas vezes os pais angustiam-se quando
sentem que os filhos não comungam os seus valores. O que pode estar certo em
determinado nível: a sociedade atual oferece às pessoas muitas coisas que antes
oferecia família (e a escola), e que agora se adquirem por outros meios. Mas a
centralidade da família, o refúgio da porta que se abre à intimidade, a alegria
simples da mesa familiar, o lugar onde uma pessoa se cura das suas doenças e
descansa, onde pode mostrar-se e ser aceite como é, esses valores continuam
vigentes e são vitais para todo o coração humano.»
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