domingo, 8 de dezembro de 2013

II Domingo do Advento - Ano A

Solenidade da Imaculada Conceição de Maria 

Evangelho - Lc 1, 26-38

Comentário breve

Maria, em razão da sua maternidade, é uma das figuras maiores do tempo do Advento, aliás, ela própria percorreu esse tempo silencioso de espera em resposta ao convite de Deus.
Mas, este ano, a coincidência da celebração da sua imaculada Conceição, reforça e "engrandece" o seu lugar na história da salvação, afinal, a história que se faz vida para e em cada um de nós.
Este domingo, a solenidade da Imaculada sobrepõe-se ao próprio domingo do Advento, o segundo. Isto obriga-nos a dar um salto ou um sobressalto (que bom que seria) para colocar a nossa vida ao ritmo da vida de Maria, aquela que na sua abertura a Deus abre todas as possibilidades aos homens.
A irrupção de Maria na história, como mulher, como escolhida, como mãe, poderia-mos dizer que é também a irrupção de Deus manifesto ao mundo num projecto de amor incarnado no Filho do Homem.
Assim, o desafio central que se nos coloca é a nossa resposta a Deus. Ao propor Maria como exemplo fica a sugestão de um coração dócil e disponível para incarnar os projectos de Deus para mim e para o mundo.
A resposta de Maria ao convite é o contraponto da resposta de Eva, se quisermos da humanidade que, no confronto com as propostas de Deus, Lhe volta as costas e empreende caminhos de egoísmo e de total desprezo da vida.
O quadro apresentado pelo evangelista evoca as promessas do Antigo Testamento. A proposta de maternidade de um filho especial, cujo nome é Jesus – Deus salva – , filho do Altíssimo, com um reinado sem fim – eterno.
A resposta de Maria começa com uma objecção, algo típico nos relatos vocacionais veterotestamentários. Trata-se de alguém que toma consciência que o cabal cumprimento do compromisso está para além das suas forças.
Diante da objecção, o anjo diz que será obra do Espírito Santo, servindo-se Deus da fragilidade de Maria para se tornar presente no mundo e oferecer a salvação a todos os Homens.
No seu sim incondicional, Maria vira a página da história e oferece à humanidade o seu Filho no concreto do Deus que vem levantar a humanidade prostrada.
Deus não é um passado, mas o presente que a toda a hora nos desafia a responder aos seus desafios, a abrir com humildade o nosso coração para O deixar incarnar e, nas nossas fragilidades, com a força do Espírito, nos fazermos instrumentos do seu amor para estabelecer a comunhão com os irmãos.
Estamos, hoje, disponíveis para dar uma resposta tão "cega" sem ponderarmos os quês e os porquês? Na conjugalidade, fonte de vida e de amor, continuamos incondicionalmente fiéis ao sim dado e renovado no quotidiano?
Só poderemos verdadeiramente celebrar Maria e o Natal se, em cada dia da nossa vida, procurarmos sinceramente o nascimento de um Homem novo entre nós.

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