sábado, 24 de janeiro de 2015

3º Domingo do Tempo Comum - ano B

Evangelho - Mc 1,14-20

Comentário breve
A página do Evangelho deste domingo é a narrativa de vocações na qual se pode ver quem se predispõe a ouvir o chamamento de Jesus, ou pode ser ocasião recordar a nossa vocação à santidade no caminho do matrimónio que pode ter ainda, ou não, mais força ou então significado.
Jesus regressa à terra da sua infância, para começar a proclamar a mensagem que trazia em Si como missão confiada pelo Pai.
Começa esta vida de pregação e o seu trajecto após a prisão de João, aquele que o baptizou no Jordão. Mais um profeta que está na senda de ser morto por causa da Palavra e testemunho. Jesus percebe imediatamente. Seguindo o caminho do seu mestre, agora ou depois, conhecerá a perseguição e morte violenta.
Jesus começa o anúncio da Boa Notícia, o Evangelho de Deus, na consciência de que o tempo da espera dos profetas, o tempo da paciência de Deus chegou ao seu cumprimento, como o tempo de uma mulher grávida – no final está o parto.
Assim, Jesus anuncia: "Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho».
Esta é a síntese da sua pregação – um tempo novo no qual é possível deixar reinar Deus na vida dos homens e para tal é necessária a conversão, fazer o retorno para Deus e acreditar na Boa Nova que é a Palavra de Deus incarnada.
Esta novidade que cabe num versículo estende-se até hoje e agora. É possível que Deus reine sobre mim, sobre ti, sobre nós e, assim, acontece o Reino de Deus.
Diante desta alegre notícia, homens e mulheres que hoje escutam o Evangelho, o que fazemos? Como reagimos?
Provavelmente, na pressa dos dias, na atenção aos filhos, ao trabalho, nas dificuldades acrescidas por esta crise financeira e de valores, não deixamos espaço nem tempo para o encontro na escuta que precisa de silêncio.
Contudo, não há hora pré-determinada. Num qualquer momento acende-se uma chama no nosso coração.
Quem sabe se escuto a voz? Conseguirei dizer sim? Será que se destina a mim? E como fazer? A quem seguir e como?
Tantas perguntas e outras tantas poderiam ser colocadas. Nestas, quando escutadas com atenção pode surgir uma voz mais profunda do que nós mesmos, para além de nós próprios, no entanto através de nós: a voz do Senhor Jesus! É assim que se estabelece a relação entre cada um de nós e Ele, presença invisível, mas viva, presença que não fala de modo sonoro, mas atrai.
Neste trecho fica dito o essencial da vocação: acolhida, deixam-se as redes, isto é a profissão, abandona-se o pai, a empresa familiar e assim despojado segue-se Jesus. Atenção que a vocação é uma aventura cheia de grandeza, mas também de miséria, basta recordas todas as contendas, incompreensões e até negações destes escolhidos.
Muito provavelmente, nós não teremos muito de que nos gloriar, por isso, invoquemos a misericórdia de Deus, dando-Lhe graças porque, apesar de tudo, seguimos Jesus e tentamos, dia após dia, viver com Ele.

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