sexta-feira, 27 de março de 2015

Igreja: Se «a missa é fonte de vida» como «pode ser considerada uma seca?»

Questionou bispo responsável pela Liturgia no arranque do Encontro Nacional de Catequese, em Castelo Branco
Educris - D. Manuel Pelino, presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, com D. José Cordeiro
Castelo Branco, 25 mar 2015 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade afirmou que “não só se educa para a liturgia como a própria liturgia educa a pessoa”, na abertura do Encontro Nacional de Catequese (ENC), esta terça-feira, em Castelo Branco.
“Para muitos, a liturgia deixou de ser fonte e passou a ser problema que se passou a querer resolver. O futuro do cristianismo na Europa depende muito de fazer da liturgia a fonte para os crentes”, disse D. José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda, que apresentou o tema ‘Liturgia, Escola de Fé’.
O prelado refletiu sobre a origem da palavra ‘Liturgia’ apresentando-a como um “serviço a favor do povo” e questionou porque é que a Missa, se é “fonte de onde brota a vida, pode ser considerada uma seca”.
“A liturgia é a fé celebrada nos diversos momentos e, mais, a espiritualidade da Igreja: o vértice e fonte da Igreja. A primeira escola da fé”, sublinhou aos diretores e equipas dos secretariados diocesanos, na conferência inaugural do ENC.
D. José Cordeiro disse que é preciso prosseguir com a “refontalização” que começou no Concilio Vaticano II e definiu a necessidade “da formação do clero e do povo” para a liturgia.
“O centro da liturgia é a Páscoa de Cristo e celebra o mistério de Cristo como história da salvação”, observou, explicando que com este olhar sobre a liturgia, percebe-se que ela “aparece como lugar da catequese por excelência, do encontro da comunidade com o seu sentido e com o seu Senhor”.
Depois de alertar para a necessidade de ir às origens, o bispo da Diocese de Bragança-Miranda frisou que a formação litúrgica é de “capital importância” hoje, porque é preciso “uma liturgia séria, inteligível, capaz de narrar a perene aliança de Deus com os homens”.
“Num equilíbrio entre a palavra, o silêncio e o sacramento”, acrescentou o prelado, para quem é urgente “compreender e apreender em intimidade o sentido das suas propostas como afirmado no n.º 59 da Sacrosanctum Concilium” (1963).
Se “Cristo não está presente na ação litúrgica corremos o risco de fazer ‘palhaçadas’”, preveniu o presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade que, para além de formação pediu também fidelidade ao mistério celebrado.
D. José Cordeiro, no início do Encontro Nacional de Catequese, referiu ainda que a liturgia é o “desafio de ver o invisível”, mais do que a dimensão funcional existe a “simbólica” que “remete para lá do que se vê”.
“É um esforço de ver para além do pão, do vinho, do padre, dos leigos, do azeite…ir em busca dos significados”, explicou.
A 54ª edição do ENC tem como tema central «Evangelizar com a beleza da liturgia» (Evangelium Gaudium, 24), "Viver uma pedagogia da vida e da fé com os adolescentes" e procura refletir sobre "a renovação da Catequese dos Adolescentes" procurando tornar mais visível "a relação da transmissão da fé nestas idades com a Liturgia".
O ENC vai ser transmitido em direto em www.educris.com e no canal Educris na rede social facebook (https://www.youtube.com/user/canaleducris).
CB

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