A
beleza, caminho de diálogo com os não crentes
Identifico o primeiro grau
de dificuldades no interior da própria Igreja, enquanto comunidade de crentes.
Este diálogo suporia que os cristãos fossem capazes de tornar a beleza presente
no diálogo entre eles, na sua maneira de interpretar a vida, considerando a
plenitude da vida, à qual aspiram, como uma experiência de fé. Identifica-se
facilmente a beleza com a arte, sem que se dê conta que pode haver experiências
de beleza que nunca foram materializadas em expressão artística. A beleza
deveria ser uma experiência contínua na vida do cristão. A Igreja possui um
vasto património de arte religiosa, mas ele é considerado sobretudo como um
tesouro a preservar, sem se ser capaz de o integrar nas expressões atuais da
vida de fé. A Liturgia, fonte principal e viva da beleza cristã, nem sempre o é,
e a Teologia é mais influenciada pelo racionalismo científico e pelas ciências
humanas do que pela contemplação simples e profunda da harmonia do mistério. A
dimensão mística da compreensão da fé pode revelar-se decisiva para fazer da
vida uma experiência de beleza. Há um longo caminho a percorrer na Teologia, na
pastoral, na linguagem, para tornar os cristãos capazes de fazer da beleza o
lugar de um diálogo com os não crentes.
Sem comentários:
Enviar um comentário