domingo, 30 de março de 2014

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SOBRE O ECO DO EVANGELHO IV DOMINGO DA QUARESMA
Para os meus amigos vão os desejos de uma santa tarde, na Paz d'Aquele que é a Paz.
O Evangelho de hoje fala-nos do episódio do cego de nascença que é curado (João  9, 1-41) por Jesus, num sábado à tarde ,o que para os judeus era um escândalo (aliás para eles, mais um, entre  outros, que Jesus fez/fará). Os fariseus, os homens da Lei, viam tudo através de regras e o sábado era sagrado. Fazer milagres ao sábado era pecado, porque era o dia dedicado ao Senhor e, a partir das suas regras, algumas aumentadas e criadas por eles, definiam tudo (o que era bem ou mal). Eram administradores do sagrado e analfabetos do coração. Não sabiam, ou não queriam, saber que com Deus tudo é bem diferente: - Em primeiro está o homem! Jesus cura aos sábados e procura a ovelha perdida, porque a glória do Pai é o bem do homem.
Assim, vimos Jesus fazer do pó e com o Seu cuspo um lodo que esfrega nos olhos do cego de nascença e manda-o ir banhar-se na piscina de Siloé, que quer dizer "enviado". E o cego cumpre exactamente ..... e cura-se!
Jesus toca e ilumina os olhos de um mendigo..., mendigo que nos representa a todos nós, pelo menos a mim!
E o cego de nascença fica contente,  tão feliz que se vai mostrar aos outros... Vê ! É tamanha a sua alegria, apesar das dúvidas criadas pelos assistentes ao milagre.Ver era saborear o que ele nunca tinha saboreado... a luz, a natureza, as cores os rostos, tudo para ele é novidade, tal como a fé é, um novo olhar!
Batizados em Cristo abrimos os nossos olhos a uma novidade nova!
Ele toca-nos por dentro... lá no fundo do nosso coração, e tal como o cego, nascemos para a Vida Nova. Banhamo-nos na fonte de Água Viva que é Jesus, transformados, ficamos com uma visão nova do mundo, que nos faz sentir os acontecimentos de forma diferente. Agora, com Cristo na minha vida, as situações, os meus actos, todo o meu ser tem de renascer... eu agora posso começar a ver o que não via..... 
Meus amigos, é complicado e não foi fácil (e continua a não ser). É verdade que muita coisa ainda dentro de mim me perturba a visão, e ás vezes as coisas estão muito nebulosas. É o meu caminhar.... ver diferente é um aprender a cada momento, umas vezes uns metros de avanço e outros tantos de recuo, mas há o recomeçar... e... o recomeçar nunca é igual, tem sempre uma alteração que, como o cego, me enche de alegria! E agradeço a Deus o poder recomeçar, é mais uma chance que Ele me dá, e reconhecendo a minha fragilidade, peço-Lhe que a Luz de Cristo me ilumine o caminho, para que eu possa sempre recomeçar. Penso que hei-de sempre recomeçar até ao dia em que o recomeçar seja a plenitude. Esta esperança ajuda-me...  
Por experiência, vou aprendendo que a FÉ , para mim, não foi (e não é) um estalar  de dedos que tudo transforma, mas sim, é um processo gradual, tal como este episódio do cego. É certo que o cego recuperou a vista imediatamente (Jesus escolheu-o para que fosse manifestada a glória do Pai), mas foi uma recuperação física (luz do dia dada pelo sol), porque a da fé  (LUZ de CRISTO) viria depois.
A fé é gradual, primeiro surge como a medo, e por isso o cego começa por dizer "não sei" (Jo 9,12) depois diz "é um profeta" (Jo 9,17 ) e agora já diz "vem de Deus" (Jo 9,33) e finalmente "eu creio, Senhor" (Jo 9,38).  O Evangelista João bem sabe... São as nossas etapas... também ele as teve! 
E Deus que vê tudo, mas não à nossa maneira, vê o nosso coração, e mesmo sabendo das nossas fragilidades, quer nele depositar o Seu Espírito! Que admirável És meu Deus e Senhor!
Já escrevi demais. Vou chatear para outras margens,  pedindo ao Senhor Jesus que ilumine o coração de cada um de nós para que, através do Esp. Santo, possamos ver com os olhos do Seu Coração.
Comecei boa tarde e quase que é boa noite, peço desculpa por este abuso da vossa paciência.

Um abraço fraterno, com Maria por companhia,
ana saldanha (elemento da Equipa Casais Stª Maria/Colares)

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