domingo, 15 de julho de 2018

MEDITAÇÃO DIÁRIA Dom, 15 – DOMINGO XV DO TEMPO COMUM / ANO B

No Evangelho deste domingo vemos Jesus que envia os apóstolos dois a dois. Cada um deles tinha sido chamado pessoalmente para seguir o Senhor. Progressivamente, foram formando uma comunidade, um grupo de pessoas reunidas em torno de Jesus. Era por estarem junto a Ele que formavam uma comunidade. Não eram simplesmente um grupo de amigos, ou um grupo de pessoas que gostam da mesma coisa ou têm simplesmente o mesmo ideal ou a mesma religião, mas havia um Alguém em torno do qual se agregaram. Depois de terem sido chamados e depois de terem formado uma comunidade, são agora enviados dois a dois a anunciar o que viram e experimentaram.

Também connosco acontece algo semelhante: somos chamados pessoalmente a fazer parte do Corpo de Cristo, aderindo à sua Igreja. Nesta adesão, somos chamados a um conhecimento sempre mais íntimo do Senhor que nos conduz a uma pertença: quanto mais conhecemos Jesus, mais O reconhecemos nos nossos irmãos e, portanto, mais nos ligamos uns aos outros, reconhecendo irmãos e irmãs e formando assim uma comunidade. Quanto mais O conhecemos e quanto mais aumenta em nós o sentido de pertença, mais percebemos que os outros, aqueles que ainda não conhecem Jesus, precisam de alguém que lhes fale de Deus.

Nem todos somos chamados a ser missionários num país distante, nem todos somos chamados a ser catequistas, leitores ou a cantar no coro da paróquia, mas todos, mesmo todos os batizados somos chamados a anunciar com a vida que Jesus está vivo. Por isso, Jesus dá certas indicações aos enviados: devem partir sem levar nada consigo. Isto é: o sucesso do anúncio missionário não depende tanto dos meios que temos ao nosso dispor, mas sobretudo daquilo que nós somos.

A tentação que todos vamos sentindo é achar que nos faltam os meios, que não sabemos o que dizer ou que não temos capacidade para anunciar a Boa Nova, mas aquilo que Jesus nos diz é que o mais importante no anúncio do Reino não está tanto naquilo que se diz, quanto no modo como se vive. E este modo de evangelizar está ao alcance de todos.

Se é verdade que a Palavra de Deus não precisa de nós para ser eficiente, é também verdade que o nosso contratestemunho pode anular aquilo que as nossas palavras dizem. No entanto, o nosso comportamento pode revelar que na nossa vida há Alguém muito importante, que faz de nós pessoas diferentes. Isto significa que somos todos chamados a ser santos. O Papa Francisco, na exortação apostólica Alegrai-vos e Exultai, desafia-nos à santidade dizendo que esta está ao alcance de todos. Não é só para homens e mulheres especiais, nem é só para aqueles que vivem em mosteiros ou conventos. Diz o Papa: «por exemplo, uma senhora vai ao mercado fazer as compras, encontra uma vizinha, começam a falar e... surgem as críticas. Mas esta mulher diz para consigo: “Não! Não falarei mal de ninguém”. Isto é um passo rumo à santidade». Outros exemplos de santidade são, por exemplo, o modo como os pais criam os seus filhos «com tanto amor», ou os doentes que continuam a sorrir apesar do sofrimento, as pessoas que deles cuidam ano após ano, os idosos pacificados, todas as pessoas de bem...

Somos todos enviados, não sozinhos, mas como parte do Corpo de Cristo, a anunciar que Ele está vivo. Anunciemo-Lo em primeiro lugar com a vida, no modo como estamos em casa, com a família, no trabalho, descansando ou passeando, e assim, através da nossa vida, se verá quem é o Nosso Senhor.

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