domingo, 6 de abril de 2014

V domingo Quaresma – Ano A

Evangelho - Jo 11,1-45

Comentário breve

A liturgia da Palavra deste V domingo da Quaresma, garante-nos que o desígnio de Deus é a comunicação de uma vida que ultrapassa definitivamente a vida biológica: a vida definitiva que supera a morte.

Jesus deixa-se tomar pela emoção, mas não chora apenas a morte do seu amigo, é a impotência de todos face à morte: por que é que a vida não é mais ditosa, mais segura, em suma mais vida?
O homem, de hoje e de todos os tempos, traz cravada no coração a pergunta mais inquietante e mais difícil de responder: o que vai ser de todos e cada um de nós? É inútil enganar-nos. O que podemos fazer? 
A reação mais generalizada é esquecer e seguir vivendo como se pode. Mas, a responsabilidade de viver permite que cheguemos ao fim de forma inconsciente e sem tomar uma atitude?
Na catequese deste domingo, Cristo inicia o diálogo com a expressão - “teu irmão ressuscitará”. Podia ser uma banal consolação para aquelas irmãs suas amigas.
Mas, o que Jesus diz é que, para quem é Seu, não há morte, sequer. Ele é “a ressurreição e a vida”. Para os seus amigos, a morte física é apenas a passagem desta vida para a vida plena. Jesus não evita a morte física; mas oferece ao homem essa vida que se prolonga para sempre. 
Para que essa vida definitiva possa chegar ao homem é necessário, no entanto, que este adira a Jesus e O siga, num caminho de amor e de dom da vida (“todo aquele que vive e acredita em mim, nunca morrerá”). A comunidade de Jesus (os que aderiram a Ele e na vida vivem o seu projecto) é a comunidade daqueles que já possuem a vida definitiva. Eles passarão pela morte física; mas essa morte será apenas uma passagem para a verdadeira vida. E é essa vida verdadeira que Jesus quer oferecer.
Jesus mostra Lázaro vivo na morte, provando à comunidade dos crentes que a morte física não interrompe a vida plena do discípulo que ama Jesus e O segue.
Ao longo da nossa vida, passamos, certamente, por situações similares. Naturalmente que ficamos tristes, no entanto a nossa fé convida-nos a ter uma certeza: os nossos familiares/amigos não são aniquilados.
Esta certeza da fé convida-nos a viver a vida sem medo, numa doação ao serviço dos irmãos, lutando contra tudo o qe oprime e rouba ao homem a vida plena.

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