1 Rs 19, 16b.19-21 / Slm 15 (16), 1-2a.5.7-11 / Gl 5, 1.13-18 / Lc 9, 51-62
A Palavra de Deus exorta-nos à radicalidade, a ultrapassar as meias-medidas, a mediocridade. Ou bem que ouvimos o chamamento do Senhor e O seguimos, ou então desistimos de O seguir, inventando desculpas e alibis.
O profeta Elias, obedecendo ao pedido de Deus, foi ao encontro de Eliseu, que andava a lavrar um campo. Deu-lhe a sua capa. Naquele tempo, considerava-se o manto como parte da pessoa. Assim, os poderes do profeta Elias passaram para Eliseu, seu sucessor.
A radicalidade de Eliseu é tanta que se despediu da sua família, matando uma junta de bois e assando a carne com a madeira do próprio arado. Assim disse adeus à profissão de rico agricultor, aceitando a santa aventura de ser profeta.
S. Paulo exorta a viver a liberdade plena de Cristo libertador. É que os cristãos da comunidade da Galácia estavam a ser tentados por fundamentalistas que, dizendo-se cristãos, pretendiam impor o rigor das práticas exteriores da antiga lei. Promoviam a letra acima do espírito da lei, que se concretiza no amor fraterno: «colocai-vos ao serviço uns dos outros». Só amando somos verdadeiramente livres. Como diz Santo Agostinho: «Ama e faz o que quiseres».
Cristo dá-nos uma magnífica lição de como responder às contrariedades e oposições. Tiago e João pensavam ser uma boa solução pedir que descesse fogo do céu sobre os samaritanos, como vingança por não aceitarem receber Jesus. Mas Cristo repreendeu-os, porque o seu mandamento do amor não é para cumprir apenas com quem é amável e simpático, mas sim com todos, inclusive com os inimigos. Os discípulos de Jesus não podem fazer «guerras santas», porque toda a guerra é pecaminosa. Toda a espécie de fanatismo, integrismo e intolerância está proibida ao seguidor de Cristo. Não somos «filhos do trovão», mas irmãos de Jesus, que «passou fazendo o bem».
Na segunda parte do Evangelho encontramos três chamamentos que Cristo fez a pessoas para O seguirem. Cada um arranjou desculpas para atrasar a resposta. São a imagem das nossas faltas de generosidade em cumprir com desvelo os apelos que nos faz o Senhor, na intimidade do nosso coração, ou mediados por alguém que O representa. O nosso «sim» deve ser sempre «sim», sem adiamentos, e não «talvez» ou «mais ou menos».
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