sexta-feira, 21 de junho de 2019

Para uma teologia do acolhimento e do diálogo

A teologia (…) é chamada a ser uma teologia do acolhimento, e a desenvolver um diálogo sincero com as instituições sociais e civis, com os centros universitários e de investigação, com os líderes religiosos e com todas as mulheres e homens de boa vontade, pela construção na paz de uma sociedade inclusiva e fraterna, e também para a proteção da criação.

Quando no proémio da [constituição do papa Francisco] “Veritatis gaudium” [sobre as universidades e faculdades eclesiásticas] se menciona o aprofundamento do “kerygma” [anúncio/testemunho das verdades essenciais da fé cristã] e o diálogo com critérios para renovar os estudos, quer dizer-se que eles estão ao serviço do caminho de uma Igreja que cada vez mais coloca no centro a evangelização. Não a apologética, não os manuais (…): evangelizar. No centro está a evangelização, que não quer dizer proselitismo. No diálogo com as culturas e as religiões, a Igreja anuncia a Boa Notícia de Jesus e a prática do amor evangélico que Ele pregava como uma síntese de todo o ensinamento da Lei, das visões dos Profetas e da vontade do Pai.

O diálogo é antes de tudo um método de discernimento e de anúncio da Palavra de amor que é dirigida a cada pessoa, e que no coração de cada um quer fixar morada. Só na escuta desta Palavra, e na experiência do amor que ela comunica, se pode discernir a atualidade do “kerygma”. O diálogo, assim entendido, é uma forma de acolhimento.

Gostaria de sublinhar que «o discernimento espiritual não exclui as contribuições de sabedorias humanas, existenciais, psicológicas, sociológicas ou morais; mas transcende-as. Não bastam sequer as normas sábias da Igreja. Lembremo-nos sempre de que o discernimento é uma graça. (…) Em suma, o discernimento leva à própria fonte da vida que não morre, isto é, conhecer o Pai, o único Deus verdadeiro, e a quem Ele enviou, Jesus Cristo» (exortação “Gaudete et exsultate”, 170).
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