sábado, 15 de junho de 2019

Vaticano: Papa defende «transição energética radical», perante responsáveis de empresas petrolíferas

«O tempo está a esgotar-se», denuncia Francisco

Cidade do Vaticano, 14 jun 2019 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje no Vaticano a uma “transição energética radical”, falando perante responsáveis de empresas petrolíferas convocados pelo Departamento para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé).

“Hoje, é necessária uma transição energética radical para salvar a nossa casa comum. Ainda há esperança e tempo para evitar os piores impactos da mudança climática, desde que haja uma ação rápida e resoluta”, declarou Francisco, numa audiência que decorreu na Casina Pio IV.

A intervenção abordou os riscos das mudanças climáticas e sublinhou que “o tempo está a esgotar-se”.

“Não nos podemos dar ao luxo de esperar que os outros se adiantem, ou dar prioridade aos benefícios económicos de curto prazo. A crise climática exige ação específica de nós, aqui e agora, e a Igreja está totalmente comprometida em fazer sua parte”, apontou.

O encontro com responsáveis de empresas petrolíferas mundiais tem como tema ‘A transição energética e a proteção da casa comum’.

“A crise ecológica de hoje, especialmente a mudança climática, ameaça o futuro da família humana”, denunciou o Papa.

Francisco assinalou a importância de respeitar o limiar máximo de aumento da temperatura nos 1,5º C.

“Em face de uma emergência climática, devemos tomar as medidas adequadas, a fim de evitar cometer uma grave injustiça em relação aos pobres e às gerações futuras”, sustentou o pontífice.

A reunião promovida pelo Vaticano debateu a transição energética e a transparência na notificação de riscos climáticos.

Após a audiência, representantes de “gigantes do petróleo” assinaram um compromisso para manter o aquecimento global abaixo de 2 graus celsius, com previsto no Acordo de Paris (2015), reconhecendo a necessidade de “uma transição” para uma economia de “baixo carbono”

Entre os CEO presentes no Vaticano estavam representantes da Eni, Exxon, Total, Repsol, BP, Shell, Sinopec, ConocoPhillips, Equinor e Chevron.

Os signatários assumem o objetivo de promover “mudanças radicais em todos os níveis” para realizar uma transição que envolva o “apoio dos mercados na adoção de combustíveis renováveis como fonte de energia”.

OC

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