Gn 14, 18-20 / Slm 109 (110), 1-4 / 1 Cor 11, 23-26 / Lc 9, 11b-17
Celebramos nesta solenidade o cumprimento da promessa de Jesus: «Sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos». São palavras com que S. Mateus conclui o Evangelho, no momento solene de despedida deste mundo. Jesus eucarístico sucede a Jesus encarnado, em perfeita e total identidade. É que a Eucaristia não tem apenas a presença de Cristo. A Eucaristia é o próprio Cristo, sob as espécies do pão e do vinho. O «Emanuel», Deus connosco, encontra na Eucaristia a sua máxima e atualizada expressão.
Esta festa começou a celebrar-se em Liège, na Bélgica, em 1246. O Papa Urbano IV, em 1264, estendeu-a a toda a Igreja. Celebrar esta festa é proclamar a atualidade de Jesus, realmente presente na Eucaristia. Cristo é muito mais do que um ilustre personagem histórico, que viveu há vinte séculos. Cristo está hoje connosco, vivo e atuante na comunidade dos cristãos, pela Eucaristia, que é, nem mais nem menos do que Cristo.
Na comunidade cristã de Corinto havia problemas sérios: comportamentos imorais e desordens, invejas e rivalidades.
S. Paulo, neste contexto, apresenta o relato da instituição da Eucaristia, em que Cristo dá a sua vida pela nossa salvação: «Isto é o meu Corpo, entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim». Ou seja, recordar esta verdade magnífica, da total entrega de Deus por nós, requer dos cristãos, que celebram e comungam o próprio Cristo, comportamentos eucarísticos; requer que nós cristãos evitemos divisões e fomentemos a concórdia, evitando egoísmos e promovendo o serviço fraterno. Só assim seremos adoradores, em espírito e verdade, de Cristo eucarístico.
Da descrição, tão bela e com sabor eucarístico, do milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, apenas apresento uma breve nota. Cristo não fez o milagre a partir de zero, mas aproveitou o pouco que havia: «Não temos senão cinco pães e dois peixes». Esta quantidade insignificante foi apresentada generosamente a Cristo para ser partilhada. E Cristo, a partir de tão pouco, fez o milagre da multiplicação, saciando a fome a cerca de cinco mil homens. Hoje o mesmo Senhor dá-nos a mesma ordem: «Dai-lhes vós de comer!». No mundo acabará a fome quando pessoas, povos e instituições ouvirem a voz do Mestre que nos pede para partilhar e não para viver a acumular, centrados somente em nós. Se nós arriscarmos a fazer o «milagre» da divisão, da partilha, Deus fará o milagre da multiplicação.
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