At 6, 1-7 / Slm 32 (33), 1-2.4-5.18-19 / 1 Pe 2, 4-9 / Jo 14, 1-12
Costuma apresentar-se a primitiva comunidade cristã de Jerusalém como o modelo de todas as comunidades: os discípulos tinham um só coração e uma só alma, rezavam juntos, partilhavam os bens materiais, celebravam a Eucaristia. Mas não eram anjos e, como em qualquer comunidade dos nossos dias, também em Jerusalém havia problemas. Os Atos dos Apóstolos relatam aqui as divergências entre os hebreus, que tinham nascido e crescido na Palestina, e os helenistas, emigrantes de tradições e cultura diferentes. Sendo todos convertidos ao Cristianismo, havia dificuldades de entendimento sobre o modo prático de viver a mesma fé. Para atender as viúvas, os Apóstolos ordenaram diáconos. Neste mundo sempre haverá problemas, mas felizmente também haverá sempre soluções que nós, como discípulos de Jesus ressuscitado, somos chamados a procurar encontrar.
S. Pedro, nesta sua carta, compara a Igreja a um edifício, cujo construtor é Deus, assente no alicerce de Jesus Cristo. Nós, os cristãos, somos pedras vivas, que nos dispomos a fazer parte desta construção espiritual. É-nos recordado o nosso altíssimo estatuto como cristãos: somos «geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido por Deus». Não é nas nossas riquezas, honras e poderes que nos devemos gloriar, mas sim na escolha que Deus fez de nós para pertencermos a um povo de profetas, reis e sacerdotes.
O Evangelho relata-nos palavras de Jesus, pronunciadas no discurso da Última Ceia, que são como que o testamento a ser entregue a todos os que forem irmãos da família de Jesus. São também dirigidas para nós, cristãos do século XXI. Cristo, ao prever a sua partida deste mundo, clarifica que a sua ausência física será compensada com a solicitude e ação em nosso favor: estará junto do Pai, ocupado a preparar-nos um lugar, a interceder por nós.
O apóstolo Filipe mostra a sua insatisfação perante a apresentação que Jesus faz de Si mesmo: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida» e pede a Jesus que lhe mostre o seu Pai. Como resposta, o Senhor clarifica: «Quem Me vê, vê o Pai», pois Jesus não é mais que o enviado do Pai, cumprindo a sua vontade e missão salvadora. Como recorda S. Paulo, Cristo «é a imagem de Deus invisível». Assim devemos acreditar sempre, especialmente quando participamos numa Eucaristia e comungamos.
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