As Irmãs Clarissas do Mosteiro de Monte Real afirmam que é “fácil viver 24 horas em casa”, sentem-se em permanente “estado de emergência e na “linha da frente” do combate à pandemia covid-19 através da oração por médicos e polícias e “junto” à cama dos doentes, avançam para as estradas e ruas de aldeias e cidades na companhia de Agentes de Segurança, acompanham até aos postos de trabalho tantos Irmãos que com risco de vida asseguram os serviços mínimos, vão até aos laboratórios de análises e pesquisas cientificas”
“Choramos com os que choram e lutamos com os que lutam. Na clausura o nosso amor e a nossa oração não têm fronteiras, abraçamos o mundo inteiro, tocamos todos os corações, penetramos todas as vidas”, afirmam as 33 Irmãs Clarissas do Mosteiro Monte Real, que vivem em silêncio, todos os dias; no artigo que partilham, à Agência ECCLESIA identificam propostas para estes dias de isolamento social a partir da experiência de vida contemplativa das religiosas.
1. Não tenham medo nem se cansem de estar em casa. É para bem de todos
2. A cura desta chaga viva também depende de nós.
3. É tão fácil passar 24 horas em casa com aqueles que amamos, com aqueles que nos fazem felizes e nós fazemos felizes.
4. Sintam que não estão sós que têm um Pai, um Deus, um Amigo que vos ama com amor infinito, que cada dia segura a vossa mão que está sempre connosco.
5. Redescubram a beleza do acolhimento. E, graças aos meios digitais há tantas formas de participar nas celebrações online.
6. Agora sentimos ao vivo como de repente as estruturas políticas, sociais, económicas, de seguro, caem por terra. Tudo é tão frágil.
7. Cada dia que nasce traz-nos uma novidade, a novidade de Deus que é Pai e que nos ama com infinito amor.
8. Na nossa vida de clausura sentimo-nos as pessoas mais livres e felizes do mundo.
9. Jesus é o nosso maior e único tesouro que está connosco, que vive sempre connosco
10. (A oração) é a nossa arma mais poderosa e eficaz.
11. É o momento de redescobrir a beleza do amor familiar, da importância das relações, dos gestos de ternura, do escutar, do dialogar…
12. É o momento de rever a cor dos olhos de quem vive a nosso lado.
13. Esta situação de fragilidade, impotência e gravidade que estamos a viver, coloca-nos no nosso verdadeiro lugar: Neste mundo somos apenas e simples peregrinos. Nada mais. A nossa pátria é o céu.
14. Para nós que acreditamos em Deus, num Deus Criador que continua a suster nas suas mãos o destino da História da Humanidade, não devemos colocar a questão: Porquê? Mas sim: para quê? Qual o motivo porque isto aconteceu?
15. Há situações em que a linguagem mais eficaz é o silêncio, sim a linguagem do silêncio, da oração e da ação discreta e humilde.
16. Sim, só de joelhos compreenderemos este grande mistério que hoje nos envolve e nos faz reflectir sobre a pequenez e a fragilidade do ser humano. Sem Deus somos nada…
17. A vida da Humanidade após a passagem desta tempestade epidémica nunca mais será igual.
18. Há que repensar sobre os comportamentos dos políticos, dos empresários, da sociedade de consumo e do descarte, do rumo da economia, da violação e desrespeito dos verdadeiros valores humanos e cristãos.
19. Será que Deus quis ou quer o sofrimento ou a morte dos seus filhos, assim humanamente tão absurda?! Claro que não. Mas permite porque respeita a liberdade de cada ser humano.
20. Há que repensar sobre os comportamentos dos políticos, dos empresários, da sociedade de consumo e do descarte, do rumo da economia, da violação e desrespeito dos verdadeiros valores humanos e cristãos.
21. As nações abraçam-se num esforço incomum para combater e vencer o inimigo “invisível”, fecham-se fronteiras físicas para se escancarar o coração à interajuda, abatem-se muros e constroem-se pontes de solidariedade e amor.
22. Chegou a hora de se olharem olhos nos olhos. É o momento de partilhar tarefas, brincarem com os filhos, ordenar atividades, reorganizar estruturas, fazer o balanço, fazer o diagnóstico às relações, rezar em família e perceber que o ter tudo não é o mais importante na vida.
23. Temos a certeza que iremos dar valor ao que realmente tem valor.
24. Há muitas coisas importantes na vida mas que não são essenciais.
25. Há que ter a coragem de repensar a vida e despertar para o que realmente a vida tem de mais belo
26. Não são os muitos milhões que dão felicidade, nem tão pouco o carro de topo de gama, agora arrumado na garagem, nem as roupas de marca, nem uma boa casa…
27. Há que dar valor às coisas simples e belas que nos fazem verdadeiramente felizes como um sorriso verdadeiro e sincero, uma palavra amiga, um gesto de ternura, perder tempo para escutar.
28. É tempo de desenvolver os talentos e a criatividade
29. É urgente redescobrir o valor da oração
30. É essencial que os casais redescubram o valor do seu primeiro amor, tenham tempo para a refeição em comum e, todos, pais e filhos possam usufruir da beleza do amor familiar. O que ontem parecia impensável, hoje é possível
31. Matem o tempo e não permitam que o tempo mate a vossa alegria e esperança.
32. É um momento de graça que não pode ser desperdiçado.
33. Não tenhamos medo. Não estamos sozinhos na luta. Jesus e Nossa Senhora estão sempre connosco.
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