São 3 as atitudes necessárias e as graças que devemos pedir ao Senhor nesses momentos
Este estado obscuro da alma – sem esperança, desconfiado, sem vontade de viver – tem nome. E é preciso saber identificá-lo para poder superá-lo, afirma o Papa Francisco.Tal estado chama-se “desolação espiritual“. O Papa falou sobre isso e deu dicas de como sair dessa condição em uma homilia na Casa Santa Marta (27/09/2016).
Quando a pessoa se encontra deprimida e sem vontade de viver, é preciso pedir ao Senhor 3 graças.
A primeira delas é a do reconhecimento: “reconhecer a desolação espiritual”.
A segunda é a graça da oração: “rezar quando nos sentimos dominados por este estado de desolação espiritual.”
E a terceira é a graça do acompanhamento: “saber acompanhar as pessoas que sofrem momentos difíceis de tristeza e de desolação espiritual.”
O Papa Francisco reconhece e explica a gravidade da desolação espiritual. Tanto é que ele a compara à situação vivida por Jó na Bíblia.
Jó sofria porque tinha perdido tudo. Todos os seus bens, inclusive os seus filhos. E depois adoeceu de uma doença semelhante à lepra: grave, cheio de chagas.
Segundo o Papa, o sofrimento de Jó “era tal que a um certo ponto, ele abriu a boca e amaldiçoou o seu dia, o que lhe acontecia, dizendo: «Pereça o dia em que nasci e a noite em que foi dito: foi concebido um varão. Seria melhor que tudo isto não tivesse acontecido. Melhor a morte do que viver assim»”.
No entanto, o Papa Francisco explica que Jó não quis amaldiçoar o Senhor. Ele apenas desabafou, diante da sua carga de sofrimento.
Este estado obscuro da alma, sem esperança, desconfiado, sem vontade de viver nem de ver o fim do túnel, com muita agitação no coração e nas ideias», é vivido por todos os homens e mulheres.
1- RECONHECER
A desolação espiritual “faz-nos sentir como se tivéssemos a alma esmagada, que não quer viver: é melhor a morte!, foi o desabafo de Jó, melhor morrer do que viver assim.”
Mas “quando o nosso espírito está neste estado de tristeza ampliada, que quase não temos fôlego, devemos compreender que isto acontece a todos: de modo mais ou menos acentuado, mas acontece a todos”.
Trata-se de um convite a “compreender o que acontece no nosso coração”, a questionar-nos sobre “o que deveríamos fazer quando vivemos estes momentos obscuros, devido a uma tragédia familiar, uma doença, ou outra situação que nos desanima”.
O Papa Francisco diz que não adiante buscar refúgio apenas em medicamentos, nem muito menos começar a beber “dois, três, quatro copos para esquecer”, pois isso não resolve.
2 - REZAR
A primeira atitude é rezar. “Oração forte, forte, forte”, pede o Papa, citando o Salmo 87 (“chegue a ti a minha oração, Senhor” – leia a íntegra abaixo).
Foi isso que fez Jó: “Clamo, dia e noite. Por favor, ouve a minha súplica”.
Portanto, é uma oração que consiste em “bater à porta, mas com força: ‘Senhor, estou cansado de desventuras. A minha vida está à beira do inferno. Sinto-me como aqueles que descem à fossa, sinto-me como um homem já sem forças'”.
Na vida – disse o Papa – “quantas vezes nos sentimos assim, sem forças’.
Contudo ‘o próprio Senhor nos ensina como rezar nestes momentos difíceis: “Senhor, lançaste-me na fossa mais profunda. Pesa sobre mim o teu furor. Chegue a ti a minha oração”.
Devemos rezar desse modo nos momentos difíceis, obscuros, de desolação, esmagadores, que nos sufocam.
Porque isso é “rezar com autenticidade’ e, de qualquer maneira, serve ‘inclusive para desabafar como desabafou Jó com os filhos. Como um filho’.
3 - ACOMPANHAR
Diante de uma pessoa que está passando pela desolação espiritual, as palavras podem ferir.
Por isso, basta apenas estar próximo, de modo que a pessoa que sofre sinta a proximidade, sem fazer discursos.
Quando uma pessoa sofre, está na desolação espiritual, devemos falar o menos possível e ajudar com o silêncio, a proximidade, as carícias e a oração diante do Pai.
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