As escolhas de Deus podem parecer desconcertantes. Os profetas, patriarcas e reis do Antigo Testamento não foram escolhidos por serem os mais fortes e virtuosos. As preferências de Deus vão pelos mais pequenos e simples, mas disponíveis para deixar passar por eles a força de Deus. É o caso da escolha de David para rei de Israel, que era o mais novo de oito irmãos e andava a guardar o rebanho. Felizmente que Deus «não olha às aparências», mas vai ao essencial, «vê o coração».
Jesus, ontem e hoje, continua a fazer escolhas originais. Não é o brilho do nosso currículo e as grandes virtudes que porventura tenhamos que impressionam o Senhor. É a nossa abertura à sua graça, que entra pela porta da nossa humildade e simplicidade. Como aconteceu com Maria, que se declarou «humilde serva» e assim o Todo-Poderoso nela fez maravilhas.
Na Sagrada Escritura, a luta entre o bem e o mal, muitas vezes, vem apresentada pelo contraste entre a luz e as trevas. Deus é luz e nós somos filhos da luz. Cristo apresentou-Se usando a imagem da luz: «Eu sou a luz do mundo. Quem Me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida». S. Paulo lembra que os cristãos, pelo Batismo, passaram das trevas para a luz e, portanto, deles se esperam obras luminosas: bondade, justiça e verdade. O sacramento do Batismo, nos primeiros tempos da Igreja, foi apelidado de «iluminação». Todos nós que somos batizados devemos espelhar nas nossas vidas a luz de Cristo.
Cristo clarifica que os males e infortúnios que há no mundo não são castigos de Deus. De Deus só podem vir graças e nunca desgraças. Assim, esclarece que o cego de nascença não o é por ele ser pecador ou como resultado do pecado de seus pais. Tendo-o Jesus curado da sua cegueira, ficou claro que esta foi a ocasião providencial de se manifestarem as obras de Deus.
Desculpas para não fazer o bem, facilmente, sempre se encontrarão. Os fariseus criticaram Jesus por realizar esta e outras curas ao sábado, especial dia santo em que se devia guardar o descanso ritual. Mas Jesus clarificou: «o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado». As leis e preceitos devem sempre estar ao nosso serviço e nunca sermos nós adoradores de normas, costumes e rituais.
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