A hospitalidade é uma virtude que vem elogiada na palavra de Deus. S. Pedro assim exorta: «Exercei a hospitalidade uns com os outros, sem queixas». E S. Paulo insiste: «Não vos esqueçais da hospitalidade, pois, graças a ela, alguns, sem o saberem, hospedaram anjos». O profeta Eliseu, ao passar pela cidade de Sunam, costumava hospedar-se na casa de uma família que generosamente o acolhia como um familiar. Este casal ainda não tinha conseguido ter filhos. O profeta, ainda mais generosamente, alcançou-lhes de Deus a graça de um filho.
Devemos sempre recordar que o nosso batismo corresponde ao mistério pascal de Cristo que se realiza em nós: morremos a tudo o que é pecado para ressuscitarmos com a nova vida que Cristo nos oferece: «Fomos sepultados com Cristo pelo Batismo na sua morte, para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova». Trata-se de um renascimento nas águas do batismo, consideradas como as águas do ventre materno da comunidade cristã que gera novos filhos de Deus. Cabe-nos a responsabilidade de mostrar, com as nossas obras, que Cristo vive em nós e que Ele é o nosso Senhor.
Jesus exige dos seus seguidores uma radicalidade nunca antes ouvida a um rabi, a um mestre do seu tempo. Não pede concordância com a doutrina que anuncia, mas antes amor e fidelidade à sua pessoa. Mesmo o amor aos entes mais queridos da própria família tem de estar subordinado ao amor de Cristo que, sendo homem, é também Deus.
O Senhor Jesus exige de nós, seus discípulos e missionários, um amor que tudo sabe relativizar, ao jeito do amor radical que Ele nos tem: perder para ganhar; assumir a cruz de cada dia para crucificarmos o nosso egoísmo e ressuscitarmos para a vida nova da graça; com realismo, aproveitar as ocasiões simples de fazer o bem, como oferecer um copo de água fresca, pois nesse irmão ou irmã servimos o próprio Deus.
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