Deut 8, 2-3.14b-16a / Slm 147, 12-15.19-20 / 1 Cor 10, 16-17 / Jo 6, 51-58
Cada Missa celebrada, todas as Eucaristias em que participamos são uma celebração do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo que Se oferece a nós, renovando e atualizando a Última Ceia de Jesus e a oferta da sua vida no calvário.
A festa de hoje começou a ser celebrada em Liège, na Bélgica, em 1246. O Papa Urbano IV, em 1264, alargou-a a toda a Igreja. Celebrar esta festa é proclamar a atualidade de Jesus, vitalmente presente na Eucaristia. Jesus é muito mais que um personagem ilustre, herói e santo, que viveu há uma vintena de séculos. Na Eucaristia, que é o Corpo e Sangue de Jesus, celebramos a Cristo nosso contemporâneo, realmente presente, não apenas simbolicamente recordado.
O livro do Deuteronómio recorda ao povo eleito o que Deus fez por ele. Sem Deus não tinha sido liberto da escravidão no Egito e teria sucumbido na travessia do deserto até lhe poder ser oferecida a Terra prometida. Moisés recorda ao povo que não se pode esquecer do seu máximo benfeitor, o Senhor Deus: «Foi Ele quem, da rocha dura, fez nascer água para ti e, no deserto, te deu a comer o maná, que teus pais não tinham conhecido». E o novo maná, maravilhosamente superior, é a Eucaristia, o próprio Deus que Se oferece como alimento.
Recordar não é simples saudosismo. Recordar o que Deus tem feito por nós reforça a nossa identidade de amados por Deus omnipotente, sempre fiel, mesmo quando nós quebramos a aliança pelo pecado. Deus é «incorrigivelmente» compassivo e misericordioso.
S. Paulo, perante as divisões que havia na comunidade cristã de Corinto, faz um apelo à unidade, usando um argumento eucarístico: «Visto que há um só pão, nós, embora sejamos muitos, formamos um só corpo, porque participamos do único pão» da Eucaristia. Este argumento continua perfeitamente atual: nós, que comungamos o mesmo Corpo de Cristo, temos de viver unidos. O laço mais forte da nossa união é o próprio Cristo que comungamos.
O trecho do Evangelho de S. João relata o discurso eucarístico que Jesus fez depois do milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, matando a fome a uma numerosa multidão. O entusiasmo foi tão grande que O quiseram fazer rei. Jesus Cristo clarificou que tal milagre era apenas a introdução de um milagre muito maior, a Eucaristia: «Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia». Agradeçamos a imensa graça de termos um Deus que Se nos dá em comunhão, como garantia de salvação eterna.
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