Da
Quaresma à Páscoa (21): Espaço para a autenticidade
Gosto, mas gosto
muito, que a primeira palavra de Jesus no Evangelho de João seja uma pergunta (e
seja aquela pergunta): “Que procurais?” (Jo 1,38). Consola-me ir percebendo que
o que sustenta a arquitetura dos encontros e dos desencontros que os Evangelhos
relatam é uma espécie de coreografia de perguntas, um intenso tráfico
interrogativo, construído a maior parte do tempo a tatear, sem saber bem, com
muitas dúvidas, muitos disparos ao lado, muita incapacidade até de comunicar.
Isso é uma âncora, por muito que nos custe, pois uma vida só assente em
respostas é uma vida diminuída, à maneira de uma primavera que não chegou a
ser.
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