terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Hoje a Igreja é outra

A resignação que mudou o curso da história da Igreja
«Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino.» Foi assim que Bento XVI justificou a renúncia ao pontificado. Logo depois, anunciou o início da sé vacante: às 20h00 (19h00 em Lisboa) de 28 de fevereiro. Foi uma declaração redigida por Raztinger na tarde do dia anterior e que foi traduzida em várias línguas pela Secretaria de Estado na manhã daquela segunda-feira, 11 de fevereiro, depois de o substituto daquele organismo, o arcebispo Angelo Becciu, ter obrigado cada tradutor a jurar que não violaria o segredo, que haveria de o ser apenas por poucas horas. Os rostos dos cardeais ficam atónitos. O esmoler, Guido Pozzo, próximo de Bento XVI, parece empedernido. Muitos têm o olhar parado e os músculos faciais imóveis. Naquele silêncio irreal, o decano do colégio cardinalício, Angelo Sodano, declara em nome de todos: «A notícia apanha-nos como um raio em céu sereno». Hoje, a Igreja é outra.

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