segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Os media que nos aspiram para a morte
O modo de olhar o mundo quase só pela negativa (pela desgraça que acontece, pela facada e pelo sangue, pelo roubo espetacular e pelo assalto violento, pela bomba que explodiu), que todos os dias preenche os telejornais e alguns jornais, corrompe a visão do mundo e marca violentamente um modo sombrio de estar no mundo, descrente da vida e das pessoas (o síndrome do “mal do mundo” de que hoje se fala ou a “psicologia do túmulo” (A alegria do Evangelho, nº 83) que nos faz uns “desencantados com cara de vinagre” (nº 84)), como diz tão assertivamente o Papa Francisco. E isso inscreve realmente no nosso exíguo espaço público um olhar negativo profundamente criador de significados e sentidos que nada interessam à vida, à solidariedade e ao bem comum.

Porquê apresentar a vida como um ato de combate, em vez de um ato de amor?
A meditação fortalece a necessária desconfiança no mundo exterior e a incompreensível confiança no nosso verdadeiro mundo, que costumamos desconhecer. Quando meditamos, as nossas feições suavizam-se e a nossa expressão transfigura-se. Continuamos aqui, nesta terra, mas é como se já nem lhe pertencêssemos. Moramos noutro país, pouco frequentado, e atravessamos os campos de batalha sem ser feridos. Embora as flechas se cravem em nós e as balas penetrem nas nossas carnes, essas balas não nos derrubam nem essas flechas fazem com que brote sangue… Saímos desses campos de batalha crivados, mas vivos; caminhando e sorrindo porque não sucumbimos e demonstrámos a nossa eternidade. Meditamos para sermos mais fortes do que a morte.

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