At 10, 34.37-43 / Slm 117 (118), 1-2.16-17.22-23 / Cl 3, 1-4 / Jo 20, 1-9
Todos os domingos, ou seja, no «primeiro dia da semana», celebramos a ressurreição de Cristo. Mas hoje é como que a inauguração de todas as celebrações da vitória de Cristo sobre a morte.
Na leitura dos Atos dos Apóstolos, encontramos um dos oito discursos pronunciados por Pedro. Ainda não havia templos cristãos e esta pregação tem lugar na casa do centurião Cornélio, na cidade de Cesareia. Aqui encontramos a proclamação do «querigma», do núcleo central da fé, numa síntese tão breve quanto eloquente. Pedro não expõe teorias ou doutrina sobre Jesus, mas fala de acontecimentos dos quais ele é testemunha direta. A nossa fé, sendo uma graça de Deus, assenta sobre o testemunho dos apóstolos que conviveram com Jesus, testemunho que ao longo dos séculos tem sido transmitido, sem quebra nem interrupção.
A adesão, pela fé, a Cristo ressuscitado não pode ficar ao mero nível das ideias de quem acredita numas tantas verdades. Tem de verificar-se num estilo de vida nova, ao jeito de Cristo. É esta vida nova que nos diferencia dos que não são cristãos. São Paulo não nos diz para nos desinteressarmos das realidades concretas deste mundo: família e sociedade, trabalho e relações fraternas, mas que tudo isto tem de ser vivido na perspetiva da eternidade, da vida definitiva em Deus. Por isso nos exorta: «afeiçoai-vos às coisas do alto», vivei neste mundo tendo em conta a sua transitoriedade.
Maria Madalena é-nos apresentada no seu temor e espanto perante a ausência do corpo de Jesus, no sepulcro aberto. Sem demoras, «correu e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predileto de Jesus». Correm para o lugar da sepultura de Jesus crucificado e a ausência do corpo do Senhor converte-se em fé em Cristo ressuscitado.
Sabemos que Maria Madalena se converteu na primeira missionária da boa nova da ressurreição, tendo o Papa Francisco dado à sua memória litúrgica, a 22 de julho, a categoria de festa. Como seguidores de Cristo, todos temos a missão de comunicar a extraordinária boa notícia de que o Senhor venceu a morte, que é o seguro da nossa própria ressurreição.
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