At 2, 42-47 / Slm 117 (118), 2-4.13-15.22-24 / 1 Pe 1, 3-9 / Jo 20, 19-31
A leitura do livro dos Atos dos Apóstolos descreve-nos como viviam os primeiros cristãos nas suas comunidades: «Todos os que haviam abraçado a fé viviam unidos e tinham tudo em comum... Todos os dias frequentavam o templo, como se tivessem uma só alma, e partiam o pão em suas casas; tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração, louvando a Deus e gozando da simpatia de todo o povo». Seguramente que também tinham as suas limitações e defeitos, como todo o ser humano, mas a nota dominante era a da união fraterna, da alegria e da entreajuda. Este é o tipo de comunidade que nos cabe hoje construir, nas nossas famílias, paróquias e movimentos, certamente com dificuldades, mas sem nunca desistir de um grande ideal. Num tempo em que cresce o número de pobres e necessitados, importa promover a partilha fraterna. São Basílio, no século IV, assim afirmava: «Se cada um tomasse para si quanto precisa para as suas necessidades, deixando o supérfluo ao indigente, ninguém seria rico e ninguém seria pobre».
São Pedro, nesta sua carta, enche-nos de alegria e esperança, dando-nos uma visão positiva das provações que nos visitarem, pois serão ocasião de purificação para recebermos a coroa da glória que o Senhor nos quer oferecer. Assim se purifica o ouro no crisol, para que tenha melhor qualidade. Viver na fé em Cristo que ressuscitou e, na sua grande misericórdia, nos há de ressuscitar, é fonte de profunda consolação.
As aparições do Senhor ressuscitado são sempre fonte de paz e alegria. Como também hoje deve ser para nós a participação na Eucaristia. Aqui está realmente presente Cristo que deu a vida por nós e, tendo ressuscitado, está hoje vivo na comunidade dos crentes.
Certamente que todos nós, alguma vez, sentimos a tentação do apóstolo Tomé, pretendendo ter certezas na fé com o tipo de evidência das coisas materiais, científicas. Finalmente, Tomé rendeu-se à certeza da fé em Cristo ressuscitado: «Meu Senhor e meu Deus». Agradeçamos o dom precioso da fé, que nos torna capazes de aceitar o dom da presença de Jesus ressuscitado nas nossas vidas. Assim, Jesus é nosso contemporâneo.
Celebramos hoje o «Domingo da Divina Misericórdia», que o Papa São João Paulo II instituiu no ano 2000, na sequência das revelações do Coração de Jesus a Santa Faustina Kowalska. Abramos o nosso coração, cheios de confiança, às torrentes de misericórdia do Coração do nosso Salvador.
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