Is 52, 13 – 53, 12 / Slm 30 (31), 2.6.12-13.15-17.25 / Heb 4, 14-16; 5, 7-9 / Jo 18, 1 – 19, 42
Segundo uma antiquíssima tradição da Igreja, neste dia não se celebra a Eucaristia, mas venera-se, com profunda gratidão, a morte redentora de Cristo. É um clima de luto, despido de flores e ornamentos, vivido cheio de reconhecimento e esperança.
O profeta Isaías apresenta-nos o «Servo do Senhor», sofrendo os horrores da paixão e morte, como generosíssimo preço com que nos resgatou para a salvação: «ele próprio entregou a sua vida à morte e foi contado entre os malfeitores, tomou sobre si as culpas das multidões e intercedeu pelos pecadores»; «ele suportou as nossas enfermidades e tomou sobre si as nossas dores»; «pelas suas chagas fomos curados». Que maravilhoso retrato do nosso Deus!
O autor da Carta aos Hebreus apresenta-nos a verdadeira imagem de Deus, sensível ao que se passa nas nossas vidas, com uma imensa capacidade de compaixão das nossas fraquezas, consequente à experiência humana de Jesus, que foi provado em tudo até à morte na cruz. Esta verdade deve encher-nos de confiança e esperança na nossa relação com Deus. Como ninguém, Ele nos pode e quer compreender e ajudar.
A longa narração da paixão de Jesus, que o Evangelho de João nos apresenta, faz parte da nossa história. É que a entrega da vida de Cristo até ao fim tem uma dedicatória pessoal para cada um de nós, salvos pela sua cruz. Assim, em Sexta-Feira Santa cumprimos o rito da adoração da cruz, instrumento com o qual Cristo nos salvou. A cruz do calvário é a prova real do imenso amor que Deus tem por nós.
Sem comentários:
Enviar um comentário