Estamos em Sábado Santo, na vigília da Páscoa de Cristo, que Santo Agostinho apelidou de «a Mãe de todas as demais vigílias», pois nela aguardamos a nossa libertação com a ressurreição de Cristo. Na noite da morte, resplandece a luz da vitória de Cristo que vence a morte e ressuscita glorioso.
A liturgia põe em relevo o Batismo. Desde tempos antigos, são batizados nesta vigília os catecúmenos e os batizados renovam as promessas do seu Batismo. É a vida nova que Cristo nos traz: tendo morrido para o pecado, ressuscitamos para a vida nova da graça. Por isso, São Paulo, escrevendo aos cristãos de Roma, recorda que «fomos sepultados com Cristo, pelo Batismo, na sua morte, para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova». Morrer para o pecado e ressuscitar para a graça é um exercício quotidiano que nos cabe fazer, vencendo o egoísmo do nosso «homem velho» e ressuscitando no amor de Cristo.
O evangelista Mateus é quem nos dá mais pormenores sobre a ressurreição de Cristo, acontecimento de fé que ultrapassa os controlos humanos, como o dos guardas que as autoridades puseram no sepulcro, como vigia e defesa. Maria Madalena e a outra Maria, que Mateus nos apresenta, são testemunhas como que imediatas da vitória de Cristo sobre a morte. Perante o túmulo vazio, apresentado pelo Anjo, acreditam para além do que veem e recebem a missão de levar a boa nova de Cristo Ressuscitado aos discípulos, apressadamente, com grande alegria. Já a caminho de comunicar esta alegre notícia, tiveram a experiência do encontro com o Ressuscitado, recebendo o seu abraço e prostrando-se em adoração. Também nós precisamos de encontrar pessoalmente a Cristo para O podermos comunicar àqueles a quem somos enviados.
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