Fotografia de: Christian Chen – Unsplash |
P. Nuno Tovar de Lemos, sj
1 Abril 2020
Dou comigo a pensar o que muitos estarão a pensar: como será a Páscoa este ano? Não existirá o tradicional almoço de família, nem visitas para deixar as amêndoas, nem o compasso, nem sequer celebrações litúrgicas. Ficará talvez a decisão de não perdermos as celebrações pela televisão, embora não seja a mesma coisa. E, mesmo essas, apenas terão o padre e 2 ou 3 pessoas, cada uma estrategicamente afastada das outras a pelo menos dois metros de distância social. Páscoa este ano? Que Páscoa?
Recordamos tantas vigílias pascais que já vivemos no passado, com a igreja cheia de gente às escuras e o círio a avançar, a acender as velas e a iluminar aos poucos toda a igreja. “Eis a luz de Cristo!” Recordamos as missas de 5ª feira santa e o comovente lava-pés. Recordamos as vias-sacras de 6ª feira e a celebração da morte do Senhor com o sentido beijo ou abraço da cruz, cada um com a sua cruz unida à de Jesus. Para a quase totalidade dos católicos nada disto existirá este ano. E nunca pensámos que tal pudesse acontecer.
Por outro lado, creio que seria errado deixar agora entrar dentro de nós uma espécie de resignação a uma “Páscoa diminuída” comparando-a nostalgicamente com as Páscoas do passado. Se acreditamos que, de tudo, Deus tira bem (se acreditamos que até da morte Ele tira vida!) devemos então procurar a Graça escondida na Páscoa deste ano. Será certamente uma Páscoa diferente mas isso não quer dizer que não possa ser uma Páscoa muito marcante, uma Páscoa tão bem vivida que marque para sempre as nossas histórias de fé. Ao vermos fechadas as portas das igrejas devemos perguntar-nos: que portas novas Deus nos está a abrir para a redescoberta da Páscoa?
Aqui vai o meu contributo com algumas sugestões de graças que podem estar contidas nesta Páscoa diferente que nos espera: Continuar a ler
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