segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Casais de Santa Maria - Nacional

Tempo Comum 

Celebrado o ciclo do mistério da Incarnação do Verbo, sem anúncio destacado, entramos no Tempo Comum, com os seus dois períodos – antes da Quaresma/Páscoa e após o Pentecostes.

O «Tempo Comum», ao contrário do que seria de supor, é muitíssimo importante! Perdê-lo, deixá-lo correr em vão, é desperdiçar a parte maior do «ano da graça» que nos é dado para viver ao ritmo do mistério de Cristo.

Sim: chamamos «tempos fortes» (porventura indevidamente) aos ciclos da Incarnação (Advento-Natal-Epifania) e da Redenção (Quaresma-Tríduo Pascal-Tempo Pascal). Talvez porque a «força» das dimensões e momentos do mistério de Cristo em que se participa nessas estações se impõe de tal modo à nossa psicologia que se torna quase impossível passar-lhes ao lado, como que distraídos. E então multiplicam-se iniciativas de formação e celebração para colher de forma mais intensa a sua eficácia salvífica. Só que nós não podemos viver sempre ao ritmo da solenidade. Ficaríamos saturados ou extenuados.
Precisamos – é uma exigência da psicologia humana – de alternar a intensidade e, até, «excesso» da festa com a normalidade serena e pausada do quotidiano.

Sem o precioso «Tempo Comum» as solenidades e tempos «extraordinários» acabariam por se tornar «ordinários» e perder relevância. São «trinta e três ou trinta e quatro semanas no ciclo do ano (…) destinadas não a celebrar um aspecto particular do mistério de Cristo, mas o mesmo mistério de Cristo na sua globalidade, especialmente nos domingos».
Sendo o domingo a grande articulação deste Tempo e sendo a Eucaristia a celebração fulcral do Domingo, então o «Tempo Comum» é o tempo por excelência da pastoral eucarística.

Se, para muitos dos nossos contemporâneos, a missa dominical deixou de ter importância vital, se as nossas assembleias dão de si uma imagem de envelhecimento e decadência, se o «preceito dominical» já pouco ou nada diz a muitos católicos confortavelmente não praticantes, então torna-se imperioso – e é até capítulo não negligenciável de qualquer proposta de «nova evangelização» – dedicar o melhor das nossas energias a este apostolado da Eucaristia.

«Numa época em que para muitos o próprio sentido de Deus é como o sol que de noite declina e desaparece no horizonte, repor a Eucaristia no lugar central da vida das pessoas quer dizer redescobrir o verdadeiro rosto do Deus encarnado, do Deus que é amor, do Deus que veio até nós».

Adaptado de um artigo do Secretariado de Liturgia da diocese do Porto no jornal «Voz Portucalense»

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