Na conjunção do evangelho e do homem, da fé e da dimensão
antropológica, joga-se hoje o futuro da fé cristã. Se houve e existe um
fracasso, é o da transmissão, da «tradição» da fé, mas o antídoto consiste
apenas no restabelecimento do primado do evangelho e da escuta do humano. Num
período em que tudo está posto em causa – a concepção da relação com o seu
corpo, com o outro sexo, com o sofrimento, com o tempo, com a natureza … – é
necessário elaborar respostas de sabedoria que digam quem é o ser humano e como
se pode humanizar mediante uma qualidade de vida pessoal e de convivência.
Solidariedade nas empresas: Perspetiva cristã para gestores e trabalhadores
Quem
permanece na empresa não pode deixar de sentir-se interpelado, não pode deixar
de preocupar-se com o que poderá fazer para ir ao encontro de quem é despedido.
Antes de tudo, seria necessário assegurar uma proximidade sincera e cordial,
para que a exclusão do trabalho não fosse uma premissa para uma exclusão social
ainda mais dolorosa e mais grave. Depois, penso em formas concretas de
solidariedade e de atenção para apoiar economicamente quem foi expulso da
atividade laboral. No entanto, não podemos esquecer-nos de que em alguns setores
subsistem e perduram formas de corporativismo que protegem e tutelam amplamente
quem faz parte da corporação, fornecendo tutelas e privilégios a estes
trabalhadores. Mas tais proteções não estarão em contradição, e muito
claramente, com o clima global de recessão que atinge e penaliza a maior parte
dos trabalhadores? Já para não referir que muitas destas proteções e tutelas
chegam a impedir que outros trabalhadores – sobretudo os jovens – entrem nesse
sistema.
Cristãos não devem ser legalistas e a fé não pode ser um peso, sublinha papa Francisco
O papa Francisco alertou esta terça-feira, no Vaticano, para os
comportamentos hipócritas ou legalistas que distanciam as pessoas da fé, tendo
também criticado os «cristãos corruptos». Nas suas pregações, Jesus «ensinava
como quem tem autoridade, e não como os escribas», que «ensinavam, pregavam, mas
atavam as pessoas com muitas coisas pesadas às costas, e a pobre gente não podia
avançar», afirmou na homilia da missa a que presidiu, refere a Rádio Vaticano.
«Quantas vezes o povo de Deus não se sente querido por parte daqueles que devem
dar testemunho: dos cristãos, dos leigos cristãos, dos padres, dos bispos… “Mas,
pobre gente, não percebe nada… Deve fazer um curso de teologia para perceber
bem”», ironizou o papa.
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