O Dia Internacional em Memória das
Vítimas do Holocausto é um momento privilegiado de ética partilhada, uma ocasião
que a humanidade se dá para exercitar o discernimento entre o que é bem e o que
é mal, para reconhecer que nas negras épocas de barbárie, a responsabilidade das
próprias ações – e dos pensamentos que as movem – é pessoal. Um dia, por isso,
em que faz bem a todos recordar: a quem pretenderia esquecer, porque a dor
sofrida é demasiado grande, e a quem pretenderia fazer-se esquecer, porque foi
cúmplice dessa dor. E recordar faz bem igualmente, e sobretudo, a quem não viveu
o inferno da Shoah, nem diretamente nem através de pessoas queridas. «Fazer
memória em conjunto» significa também admitir que infelizmente, por mais de 19
séculos, a atitude dos cristãos quanto aos judeus foi modelada pela emulação,
pela condenação, pelo desprezo, pela perseguição, ou seja, foi um antijudaísmo
que perdurou, nunca contradito de forma decisiva por parte das instituições, dos
magistérios, das vozes autorizadas das diversas Igrejas.
Que
as lágrimas do Holocausto se convertam em compromisso para que o horror não se
repita: Papa evoca Dia da Memória
O papa Francisco enviou uma carta ao
rabino Abraham Skorka, seu amigo desde o tempo em que habitava em Buenos Aires,
onde expressa o desejo de que as lágrimas causadas pelo Holocausto se convertam
em compromisso para que acontecimentos semelhantes não se repitam. A missiva vai
ser lida na tarde desta segunda-feira, em Itália, durante o concerto “Os
violinos da esperança”, organizado para recordar as vítimas da “Shoah”, revela a
Rádio Vaticano. O público, escreve Francisco, vai ouvir música de Vivaldi,
Beethoven e outros grandes compositores, «mas o coração de cada um dos presentes
sentirá que por trás do som da música vive o som silencioso das lágrimas
históricas, lágrimas daqueles que deixam traços na alma e no corpo dos
povos».
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