Durante a
minha vida profissional, ninguém me explicou a eventualidade de, um dia, um
Governo português decidir diminuir a pensão a que teria direito quando cumprisse
os 65 anos e por ter sido honesto nas minhas obrigações, com o privilégio de ter
trabalhado em empresas cumpridoras. Pensava, ingenuamente, que o Governo, a ser
democrático, como tanto desejava, seria pessoa de bem. Foi uma ilusão, que tenho
pago caro, ter sido tão ingénuo! Puro engano! Acreditei de boa fé na seriedade e
fiabilidade dos compromissos e, afinal, tenho vindo a ser esbulhado na minha
pensão, com sacrifícios que pesam – e isso ainda me faz sofrer mais – na vida de
tantos reformados, alguns dos quais, da minha geração, estão a ser o suporte de
retaguarda de filhos desempregados e de netos que crescem para a vida.
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