Como amou Jesus os
seus discípulos, e porque os amou? Ah! não eram as qualidades naturais deles que
O podiam atrair; havia entre eles e Ele uma distância infinita: Ele era a
Ciência, a Sabedoria eterna; eles eram pobres pescadores, ignorantes e cheios de
pensamentos terrestres. Apesar disso, Jesus chama-lhes seus amigos, seus irmãos.
Ah! compreendo agora que a caridade perfeita consiste em suportar os defeitos
dos outros, em não se escandalizar com as suas fraquezas, em edificar-se com os
mais pequenos atos de virtude que se lhes vir praticar; mas compreendi,
sobretudo, que a caridade não deve ficar encerrada no fundo do coração.
Quaresma, sexta-feira da
semana V: Rui Chafes | IMAGENS
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Uma escultura que se esconde. Que revela escondendo. Que se
apresenta como nuvem de fumo negro que rasga a terra em direção ao alto.
Supreende-nos imediatamente a estranha contradição do material que se nega, o
ferro que parece recusar o poder da gravidade e do seu peso, transformando-se em
fumo imaterial. Ao aproximarmo-nos dela percebemos que vem de longe, de muito
longe. Abre uma brecha de escuridão em direção a um abismo. Rasga uma fenda no
mundo. O que vemos dela é apenas uma parte, uma pequena parte, porque ela está
enterrada – e essa posição é-lhe fundamental. É constituída não apenas pelo
ferro, mas por essa escuridão aberta – uma obscuridade que é o subsolo
inacessível de toda a obra.
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