sexta-feira, 22 de março de 2013

Espiritualidade

Quaresma, quinta-feira da semana V: Santa Teresa do Menino Jesus
Como amou Jesus os seus discípulos, e porque os amou? Ah! não eram as qualidades naturais deles que O podiam atrair; havia entre eles e Ele uma distância infinita: Ele era a Ciência, a Sabedoria eterna; eles eram pobres pescadores, ignorantes e cheios de pensamentos terrestres. Apesar disso, Jesus chama-lhes seus amigos, seus irmãos. Ah! compreendo agora que a caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros, em não se escandalizar com as suas fraquezas, em edificar-se com os mais pequenos atos de virtude que se lhes vir praticar; mas compreendi, sobretudo, que a caridade não deve ficar encerrada no fundo do coração.
Quaresma, sexta-feira da semana V: Rui Chafes | IMAGENS |
Uma escultura que se esconde. Que revela escondendo. Que se apresenta como nuvem de fumo negro que rasga a terra em direção ao alto. Supreende-nos imediatamente a estranha contradição do material que se nega, o ferro que parece recusar o poder da gravidade e do seu peso, transformando-se em fumo imaterial. Ao aproximarmo-nos dela percebemos que vem de longe, de muito longe. Abre uma brecha de escuridão em direção a um abismo. Rasga uma fenda no mundo. O que vemos dela é apenas uma parte, uma pequena parte, porque ela está enterrada – e essa posição é-lhe fundamental. É constituída não apenas pelo ferro, mas por essa escuridão aberta – uma obscuridade que é o subsolo inacessível de toda a obra.

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