Lapidares na sua clareza são as
palavras de São Cipriano sobre o Pai-Nosso: «Não dizemos “Meu Pai, que estais
nos céus” e de igual maneira “Dá-me hoje o pão de cada dia”. E nenhum de nós
pede que venha perdoada apenas a sua ofensa, nem pede que só ele seja poupado à
tentação ou liberto do mal. A nossa oração é pública e comunitária, e quando
rezamos, rezamos por todo o povo, não apenas pelo indivíduo, por que todos
formamos uma coisa só». Comovedores são igualmente os termos usados por Santo
Agostinho: «”Pai-Nosso”, quanta bondade! Di-lo o imperador e di-lo o mendigo,
declara-o o patrão e declara-o o criado, afirmam-no juntos…Compreendem assim que
são irmãos, desde o momento em que têm o mesmo Pai, um só Pai». E, no mesmo
registo, se alinha a meditação contemporânea do poeta Charles Péguy: «É
necessário salvar-se conjuntamente, precisamos de chegar juntos ao Paraíso,
precisamos apresentarmo-nos juntos no Paraíso. É necessário pensar nos outros, é
necessário doar-se aos outros. O que é que Deus nos dirá, se chegarmos ao
Paraíso sem os outros?».
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