sexta-feira, 1 de março de 2013

Quaresma, sexta-feira da semana II: arte contemporânea | IMAGENS |
Em cima do monumental plinto, na enorme praça, vemos a fragilidade desconcertante de um pequeno corpo manietado. A desproporção é esmagadora. O plinto ostenta agora uma simples figura humana de tamanho natural. Tão pequeno, comum e sem glória! – uma nada, comparado com os reis e generais que nos outros plintos e na coluna no centro da praça se apresentam em poses heroicas e arrogantes. Nem super-homem, nem herói: um corpo que se oferece desarmado, vulnerável, mas sereno. Em silenciosa dignidade. Enfrenta-nos de olhos fechados. Inteiro, mas impotente. Preso. Figura da vítima inocente que a história continuamente repete. E sobre a sua cabeça, uma coroa. Dourada, como a coroa real deveria ser. Mas esta é de espinhos.

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