Em
cima do monumental plinto, na enorme praça, vemos a fragilidade desconcertante
de um pequeno corpo manietado. A desproporção é esmagadora. O plinto ostenta
agora uma simples figura humana de tamanho natural. Tão pequeno, comum e sem
glória! – uma nada, comparado com os reis e generais que nos outros plintos e na
coluna no centro da praça se apresentam em poses heroicas e arrogantes. Nem
super-homem, nem herói: um corpo que se oferece desarmado, vulnerável, mas
sereno. Em silenciosa dignidade. Enfrenta-nos de olhos fechados. Inteiro, mas
impotente. Preso. Figura da vítima inocente que a história continuamente repete.
E sobre a sua cabeça, uma coroa. Dourada, como a coroa real deveria ser. Mas
esta é de espinhos.
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