sexta-feira, 15 de março de 2013

Quaresma, sexta-feira da semana IV: arte contemporânea | VÍDEO |
Numa sociedade pragmática e preocupada com a produtividade, este trabalho inútil é um contrasenso. Para quê? O lema habitual é «mínimo esforço, máximo resultado». Isso é mais razoável. Mas o que move esta montanha não é a racionalidade nem a sensatez, mas a fé. Um acreditar ser possível contrariar a gravidade que nos empurra para baixo em direção ao visível, utilitário, rasteiro… E o que este esforço forma, aquilo a que dá origem, não é exterior ao próprio esforço. Improdutivos! – acusarão alguns. Mas nesse gesto inútil – gesto artístico autêntico -, estes voluntários deslocam o horizonte do mundo: substituem o utilitarismo pragmatista e egocêntrico pelo poder do comum. Apresentam o serviço como verdadeiro poder: agir «em prol de» é que nos humaniza.

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