Is 49, 3.5-6 / Slm 39 (40), 2.4ab.7-8a.8b-9-11ab / 1 Cor 1, 1-3 / Jo 1, 29-34
Num contexto de extrema prova e profunda desolação, desterrados na Babilónia, no século VI a.C., o profeta Isaías anima os seus irmãos israelitas para que sejam fiéis ao seu Deus. É um Deus que não improvisa o seu amor, pois já Se desvela em protegê-los desde o seio materno, fazendo experimentar a sua força, quando tudo parece não ter solução, em terras de exílio. Situar-se e falar em nome de Deus tem de ser sempre uma voz de esperança, própria de quem acende uma luz ao fundo do túnel da provação. Deus quer precisar de nós para sermos seus porta-vozes de consolação e esperança.
Na leitura de S. Paulo encontramos a introdução da sua primeira carta à Igreja de Deus que está em Corinto. Nesta comunidade tinham surgido problemas graves: desavenças e invejas, questões sobre o comportamento moral de alguns cristãos, certa anarquia nas celebrações eucarísticas. Ontem como hoje, dado que os cristãos não são anjos, sempre haverá problemas, mas também sempre nos acompanhará a graça de Deus e gente boa, artífices de soluções.
Paulo apresenta-se como «apóstolo por vocação». Para ter autoridade perante a comunidade cristã de Corinto, não invoca os seus altos estudos, que os tinha na melhor escola de Gamaliel, nem recorda o seu estatuto social de cidadão romano. Recorda, sim, que recebeu de Cristo a vocação para evangelizar. Como Paulo, também nós deveremos considerar que o nosso estatuto fundamental é o chamamento que Cristo nos faz para sermos seus discípulos e missionários, e nos convida à santidade de vida.
S. João, no seu Evangelho, dá um grande relevo a João Batista, apresentando-o como o «homem enviado por Deus para dar testemunho da Luz», que é Jesus Cristo. Jesus é apresentado claramente como o protagonista, quando o povo ainda O desconhecia e muitos até apontavam o Precursor como sendo ele o Messias. João Batista entreviu o destino de Jesus, descrevendo-O como «o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo». O seu sangue imaculado iria libertar a humanidade do pecado.
O texto do Evangelho refere também o batismo de Jesus: «Aquele sobre quem vires o Espírito Santo descer e permanecer é que batiza no Espírito Santo». Não se trata apenas de indicar a cena que aconteceu no momento do batismo no rio Jordão. Em Jesus, o Espírito de Deus permanece de modo estável, contínuo. É esta graça que devemos pedir: viver sempre no Espírito de Deus, na sua presença, agindo com a sua luz e força.
Estamos no Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos. Pedimos a graça da unidade de todos os que seguem a Jesus Cristo, segundo a sua vontade, claramente expressa no discurso da Última Ceia: «Que todos sejam um».
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