Num 6, 22-27 / Slm 66 (67), 2-3.5-6.8 / Gal 4, 4-7 / Lc 2, 16-21
A reforma litúrgica do Concílio Vaticano II levou a que, a partir de 1968, no primeiro dia do ano, seja celebrada Nossa Senhora como a Mãe do próprio Deus. Esta verdade de fé foi definida no Concílio de Éfeso, em 431. A partir da mesma data de 1968, celebramos também o “Dia Mundial da Paz”. A paz é um bem de primeiríssima necessidade, para as relações internacionais, as nações, as famílias e para cada um de nós. Pedimos este dom maravilhoso ao “Deus da Paz”, por intercessão de Maria, que invocamos como “Rainha da Paz” e que em Fátima, quando a I Guerra Mundial devastava milhões de vidas, nos prometeu a paz.
Na primeira leitura, do livro dos Números, encontramos a mais famosa das bênçãos, ensinada pelo próprio Deus a Moisés. Era usada ao fim da liturgia diária no templo, vindo o sacerdote à porta do santuário e, estendendo as mãos sobre a multidão, abençoava o povo com esta fórmula sagrada. Recordamos que as nossas celebrações, particularmente a Missa, se concluem sempre com o sacerdote abençoando o povo. Sendo abençoados por Deus, somos também desafiados a ser fonte de bênção, a ter atitudes de paz e bem nas nossas relações familiares, laborais e sociais.
Na Bíblia encontramos 617 vezes os termos abençoar e bênção, elevado número que é significativo da importância de nos deixarmos abençoar por Deus, de O louvarmos e glorificarmos e também a missão que temos de abençoadores dos que fazem parte da nossa vida. A maldição separa e humilha. A bênção une e infunde coragem e confiança.
Na carta aos cristãos da Galácia, S. Paulo explicita a maravilha de Cristo, o Filho de Deus, ter vindo ao mundo nascido de uma mulher, Maria de Nazaré. A imensa graça de sermos filhos de Deus, e de nos podermos relacionar com Ele com intimidade filial, vem-nos por Nossa Senhora. Para Ela vai a nossa gratidão filial sem limites.
Os primeiros a adorar Deus menino são os pobres pastores da região de Belém. O seu coração humilde e simples facultou-lhes a visão do Salvador do
mundo, na pobreza extrema de uma gruta de animais, improvisada como maternidade divina. O facto de o Menino Jesus ter sido colocado numa manjedoura pode ser interpretado eucaristicamente. Deus vem ao mundo para Se deixar comungar, para Se entregar totalmente a nós, sem nada reservar para Ele.
Lucas indica-nos que «Maria conservava todas estas palavras, meditando-as em seu coração». É a atitude contemplativa de Maria, que não fica na exterioridade dos acontecimentos, mas vai ao encontro do fio condutor da divina providência que, mesmo por linhas tortas, sabe escrever direito. Maria é modelo de fazer a leitura correta dos acontecimentos, na disponibilidade de aceitar e pôr em prática a vontade de Deus.
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