sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

PAPA PEDE QUE PROFISSIONAIS DE SAÚDE NÃO CEDAM A ATOS DE NATUREZA EUTANÁSICA

(Fotografia: Hush Naidoo – unsplash.com)
O Papa defende que a ação dos profissionais de saúde deve ter «em vista constantemente a dignidade e a vida da pessoa, sem qualquer cedência a atos de natureza eutanásica, de suicídio assistido ou supressão da vida», mesmo se o estado da doença for irreversível. Um apelo feito na Mensagem para o Dia Mundial do Doente 2020, que se celebra a 11 de fevereiro.

«Qualquer intervenção diagnóstica, preventiva, terapêutica, de pesquisa, tratamento e reabilitação há de ter por objetivo a pessoa doente», afirma Francisco, para quem nestes casos o substantivo «pessoa» deve sempre vir antes do adjetivo «doente».

Perante os limites e o possível fracasso da ciência médica, a existência de casos clínicos cada vez mais problemáticos e diagnósticos funestos, os profissionais de saúde são chamados a abrir-se à «dimensão transcendente» que o sentido pleno da profissão lhes pode oferecer.

Em determinados casos, «a objeção de consciência deverá tornar-se a vossa opção necessária, para permanecerdes coerentes com este “sim” à vida e à pessoa», diz o Papa a quem trabalha nesta área. Animado pela caridade cristã, o «vosso profissionalismo» será «o melhor serviço ao verdadeiro direito humano: o direito à vida. Quando não puderdes curar, podereis sempre cuidar, com gestos e procedimentos que proporcionem amparo e alívio ao doente».

Perante as diferentes «formas graves de sofrimento» (como doenças incuráveis e crónicas, patologias psíquicas e as que implicam reabilitação ou cuidados paliativos, diferentes formas de deficiência ou doenças próprias da infância e da velhice), por vezes nota-se a «carência de humanidade». Por isso, para uma «cura humana integral», é necessário «personalizar o contacto com a pessoa doente, acrescentando a solicitude ao tratamento».

Para o Santo Padre, na doença a pessoa sente comprometida a sua integridade física, mas também as diferentes dimensões da sua vida relacional, intelectiva, afetiva e espiritual, esperando os tratamentos, mas também «amparo, solicitude, atenção, em suma, amor. Além disso, junto do doente, há uma família que sofre e pede, também ela, conforto e proximidade».

Neste XXVIII Dia Mundial do Doente, Francisco lembra os que vivem na pobreza e, como tal, não têm possibilidade de aceder a cuidados médicos. O Papa apela aos governos e instituições de saúde de todo o mundo, pedindo que «não sobreponham o aspeto económico ao da justiça social» e esperando que, conciliando solidariedade e subsidiariedade, «se coopere para que todos tenham acesso a cuidados médicos adequados para salvaguardar e restabelecer a saúde».

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