Is 8, 23b – 9, 3 / Slm 26 (27), 1.4.13-14 / 1 Cor 1, 10-13.17 / Mt 4, 12-13 ou 4, 12-17
O profeta Isaías refere a situação dramática que viveu o povo de Israel na segunda metade do século VIII a.C., com a invasão dos exércitos vindos da Mesopotâmia, e as consequentes devastações e deportações. É o triunfo da escuridão da violência sobre a luz da paz. Mas o profeta, recordando factos passados, ilumina de esperança os tempos presentes, pois o Senhor acabou por multiplicar a alegria e o contentamento do seu povo. Quem está do lado de Deus, por maiores que sejam as provações, acaba sempre por vencer: «O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam nas sombras da morte uma luz se levantou».
Paulo escreve esta sua primeira carta aos cristãos de Corinto, a partir de Éfeso, que era a capital política e religiosa da província romana da Ásia. Tomando conhecimento dos graves problemas que esta comunidade atravessava, exorta à unidade os grupos que arranjavam apoios invocando a proteção de personagens importantes. Mas quem segue a Jesus Cristo tem de ser promotor de unidade, espelhando nas relações humanas a união perfeita da Trindade divina. Só na medida em que construímos pontes de unidade é que somos seguidores de Cristo.
Cristo, resumindo a sua missão apostólica, assim proclama: «Arrependei-vos porque está próximo o reino dos Céus». Este arrependimento que Jesus pede não se trata apenas de ser um pouco melhor. Cristo exige uma mudança radical, no pensar e no agir. Trata-se de ser uma nova criatura, de um renascimento espiritual.
O evangelista Mateus descreve o chamamento dos primeiros apóstolos. Partindo da sua profissão e dos respetivos saberes, aproveita-os para outro tipo de pesca: «Vinde e segui-Me e farei de vós pescadores de homens». Cristo aproveita tudo o que de bom há em nós para o rentabilizar no seu seguimento. Seguimento que não pode ficar condicionado por atrasos e adiamentos, por dificuldades e desculpas. É a partir da nossa vida concreta que hoje o Senhor nos chama a responder como os primeiros apóstolos: «Eles deixaram logo as redes e seguiram Jesus».
Hoje celebramos, pela primeira vez, o “Domingo da Palavra de Deus” que o Papa Francisco há meses instituiu, e assim nos exortou: «O dia dedicado à Bíblia pretende ser, não “uma vez no ano”, mas uma vez por todo o ano, porque temos urgente necessidade de nos tornar familiares e íntimos da Sagrada Escritura e do Ressuscitado, que não cessa de repartir a Palavra e o Pão na comunidade dos crentes».
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