terça-feira, 30 de junho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Ter, 30 – Semana XIII do Tempo Comum

Am 3, 1-8; 4, 11-12 / Slm 5, 5-6.7-8 / Mt 8, 23-27

Porque temeis, homens de pouca fé? (Evangelho)

Sim, por que é que nós tememos? Será que Jesus não quer que nós temamos o desemprego e que nos solidarizemos com as pessoas que passam mal e que nos preocupemos com os nossos próprios sofrimentos? Quer, claro que quer. Mas quer que nos preocupemos ou, se o leitor preferir, que nos «ocupemos» em paz, porque temos fé. Peçamos essa paz.

segunda-feira, 29 de junho de 2020

Imagine. E se o mundo tivesse mudado neste meses de confinamento?

Aprendemos muito nestes meses. Que podemos trabalhar a partir de casa, que a telescola do passado era, afinal, do futuro, que quando paramos de a atormentar, a natureza volta e reocupa o seu espaço. Um mundo melhor é possível.

domingo, 28 de junho de 2020

Novo Diretório para a Catequese: tornar o Evangelho sempre atual

Católicos no mundo  (Vatican Media)
O novo documento, elaborado pelo Pontifício Conselho para a Promoção da nova Evangelização, foi aprovado pelo Santo Padre no dia em que a Liturgia celebrava a memória litúrgica de São Turíbio de Mogrovejo, que, no século XVI, deu um forte impulso à evangelização e à catequese.

MEDITAÇÃO DIÁRIA Dom, 28 – Domingo XIII do Tempo Comum – Ano A

2 Reis 4, 8-11.14-16a / Slm 88 (89), 2-3.16-19 / Rom 6, 3-4.8-11 / Mt 10, 37-42

A hospitalidade é uma virtude que vem elogiada na palavra de Deus. S. Pedro assim exorta: «Exercei a hospitalidade uns com os outros, sem queixas». E S. Paulo insiste: «Não vos esqueçais da hospitalidade, pois, graças a ela, alguns, sem o saberem, hospedaram anjos». O profeta Eliseu, ao passar pela cidade de Sunam, costumava hospedar-se na casa de uma família que generosamente o acolhia como um familiar. Este casal ainda não tinha conseguido ter filhos. O profeta, ainda mais generosamente, alcançou-lhes de Deus a graça de um filho.

Devemos sempre recordar que o nosso batismo corresponde ao mistério pascal de Cristo que se realiza em nós: morremos a tudo o que é pecado para ressuscitarmos com a nova vida que Cristo nos oferece: «Fomos sepultados com Cristo pelo Batismo na sua morte, para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova». Trata-se de um renascimento nas águas do batismo, consideradas como as águas do ventre materno da comunidade cristã que gera novos filhos de Deus. Cabe-nos a responsabilidade de mostrar, com as nossas obras, que Cristo vive em nós e que Ele é o nosso Senhor.

Jesus exige dos seus seguidores uma radicalidade nunca antes ouvida a um rabi, a um mestre do seu tempo. Não pede concordância com a doutrina que anuncia, mas antes amor e fidelidade à sua pessoa. Mesmo o amor aos entes mais queridos da própria família tem de estar subordinado ao amor de Cristo que, sendo homem, é também Deus.

O Senhor Jesus exige de nós, seus discípulos e missionários, um amor que tudo sabe relativizar, ao jeito do amor radical que Ele nos tem: perder para ganhar; assumir a cruz de cada dia para crucificarmos o nosso egoísmo e ressuscitarmos para a vida nova da graça; com realismo, aproveitar as ocasiões simples de fazer o bem, como oferecer um copo de água fresca, pois nesse irmão ou irmã servimos o próprio Deus.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Sex, 26 – Semana XII do Tempo Comum

2 Reis 25, 1-12 / Slm 136 (137), 1-2.3.4-5.6 / Mt 8, 1-4

Se quiseres, podes curar-me. (Evangelho)

Normalmente, viramo-nos para Deus quando temos uma doença grave. Nós ou algum parente. Sabemos que há milagres e temos esperança que nos «calhe» um a nós. Jesus disse: «Pedi e recebereis». Por outro lado, não é essa a nossa experiência, nem a de Jesus, que pediu para não ir para a cruz. As doenças não são vontade de Deus. «Mas Deus permite», dizem-me algumas pessoas que rezam para que Deus não permita. Mas Deus não anda a tirar doenças. Aquilo por que nós devemos rezar é por paz e força interior.

«Conversas na ECCLESIA»: Os alertas do Papa e o «regresso à normalidade» que pode ser uma oportunidade perdida (c/vídeo)

Juan Ambrósio, teólogo, e Ricardo Perna, jornalista, projetam desconfinamento à luz dos ensinamentos de Francisco
Lisboa, 25 jun 2020 (Ecclesia) – Juan Ambrósio, professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP), disse à Agência ECCLESIA que a liderança do Papa Francisco durante a pandemia desafiou a “viver de outro modo”, numa “dinâmica do dom” e de “gerar vida”.

“Esse devia ser um dos grandes critérios do desconfinamento”, referiu o especialista, convidado da edição desta quinta-feira das ‘Conversas na Ecclesia’, dedicada à atividade de Francisco e da Santa Sé.

Para o convidado, depois da “surpresa” da Covid-19, é preciso “introduzir alterações” nos estilos de vida.

“Seria uma oportunidade perdida se o voltar à normalidade for regressar ao ponto em que a interrompemos”, adverte.

Juan Ambrósio considera que é necessário usar este tempo para “recriar e reconfigurar” a sociedade e construir um futuro diferente, em diálogo com todos.

O docente de Teologia cita o n.º2 da ‘Evangelii Gaudium’ para apelar a uma mudança de discurso, que se preocupe com “deveres” e não apenas “direitos”: “O grande risco do mundo atual, com sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada”.

Ricardo Perna, jornalista da ‘Família Cristã’, fala num “diagnóstico claro” que exige mudanças.

“Temos uma oportunidade para reaprender e fazer de novo”, aponta.

Para o jornalista, as propostas da Laudato Si’ são um “projeto de vida”, do plano individual às decisões internacionais.

“A nossa vida tem de mudar para sermos mais humanidade”, sustenta.

O convidado elogiou, a respeito da atual pandemia, a postura de “bom senso e de contenção” da Igreja Católica em Portugal e a gestão da crise, por parte do Papa, que o tornou uma “referência” para a possibilidade de recomeço.

OC

quinta-feira, 25 de junho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Qui, 25 – Semana XII do Tempo Comum

2 Reis 24, 8-17 / Slm 78 (79), 1-2.3-5.8-9 / Mt 7, 21-29

Ensinava como quem tem autoridade. (Evangelho)

O que é ensinar como quem tem autoridade? É ensinar a partir da experiência interior. Assim temos nós de fazer; ensinar a partir da nossa experiência interior, tratar com as pessoas a partir da nossa experiência interior, senão soará a falso. Para isso, naturalmente, temos de desenvolver a nossa vida interior. É o que fazemos na oração e, sobretudo, no comportamento coerente com essa oração.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Qua, 24 – Nascimento de S. João Batista (Solenidade)

Is 49, 1-6 / Slm 138 (139), 1-3.13-14ab.14c-15 / At 13, 22-26 / Lc 1, 57-66.80

Os seus vizinhos e parentes souberam que o Senhor lhe tinha feito tão grande benefício. (Evangelho)

Será que nós temos capacidade de nos alegrar com o que os outros têm e nós também podíamos ter? Ainda há dias uma amiga, que vai ficar impossibilitada de trabalhar por razões de saúde, me dizia: «tanta gente que não faz nada e é saudável e eu preciso tanto de trabalhar…». O leitor já pensou que Deus nos podia tratar a todos mais ou menos por igual? Normalmente, nós não andamos aborrecidos com isso. Mas às vezes temos uma invejazinha lá no fundo. Peçamos a Deus que nos tire toda a inveja.

terça-feira, 23 de junho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Ter, 23 – Semana XII do Tempo Comum

2 Reis 19, 9b-11.14-21.31-35a.36 / Slm 47 (48), 2-3a.3b-4.10.11 / Mt 7, 6.12-14

[Não] lanceis aos porcos as vossas pérolas, não vão eles calcá-las aos pés. (Evangelho)

Nosso Senhor fala daqueles que não sabem aproveitar uma coisa que se lhes dá. Por isso devemos adaptar o nosso discurso a quem nos ouve. Devemos fazer-nos amar, porque quem ama quer ajudar o outro a amar, logo, quer ajudar o outro a amar-se a si mesmo. Devemos cultivar a empatia. O pormo-nos dentro do coração do outro. Ouvir o que ele diz, não o interromper, entristecer-nos com ele, rir com ele. Hoje o leitor peça essa graça. (Há muita gente que não deixa os outros falar.)

segunda-feira, 22 de junho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Seg, 22 – Semana XII do Tempo Comum

2 Reis 17, 5-8.13-15a.18 / Slm 59 (60), 3.4-5.12-13 / Mt 7, 1-5

Segundo o julgamento que fizerdes sereis julgados. (Evangelho)

Porquê esta justiça de Deus que parece olho por olho, dente por dente? É que a medida com que julgarmos é a medida do nosso pecado. Na rua não são os carros normais que nos chamam a atenção. São os carros fora do comum. Por exemplo, os amolgados. Com as pessoas é a mesma coisa. Uma pessoa «normal» não nos chama a atenção. Mas tendemos a criticá-la se tem muitos defeitos ou um defeito muito saliente. Peçamos a Deus um coração compassivo.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Consagre sua família aos Corações de Jesus e de Maria

A Igreja celebra esta sexta-feira, 19 de junho, a festa do Sagrado Coração de Jesus e, no dia seguinte, será celebrado o Imaculado Coração de Maria. Diante dessas duas festividades, o Grupo ACI oferece uma oração para a consagração das famílias aos Santíssimos Corações de Jesus e de Maria.

Oração de Consagração

Santíssimos Corações de Jesus e Maria, unidos no amor perfeito, como nos olhais com carinho e misericórdia, consagramos nossos corações, nossas vidas e nossas famílias a Vós.

Conhecemos que o belo exemplo de vosso lar em Nazaré foi um modelo para cada uma de nossas famílias.
Esperamos obter, com Vossa ajuda, a união e o amor forte e perdurável que vos destes.

Que nosso lar seja cheio de alegria.
Que o afeto sincero, a paciência, a tolerância, e o respeito mútuo sejam dados livremente a todos.
Que nossas orações incluam as necessidades dos outros, não somente as nossas.
E que sempre estejamos próximos dos sacramentos.

Abençoai a todos os presentes e também os ausentes, tantos os vivos como os defuntos; que a paz esteja connosco, e quando formos provados, concedei a resignação cristã à vontade de Deus.

Mantende nossas famílias perto de Vossos Corações; que Vossa proteção especial esteja sempre connosco.

Sagrados  Corações de Jesus e Maria, escutai nossa oração.

Amém.

MEDITAÇÃO DIÁRIA Sex, 19 – Sagrado Coração de Jesus (Solenidade)

Deut 7, 6-11 / Slm 102 (103), 1-2.3-4.6-7.8.10 / 1 Jo 4, 7-16 / Mt 11, 25-30

Porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. (Evangelho)

Não vamos deixar de ser sábios, nem inteligentes, nem doutores. Jesus fala em linguagem figurada. Mas há uma espécie de sabença, de autossegurança e de autoconvencimento que nos tornam impermeáveis ao que Jesus nos possa querer dizer, mesmo em relação às Escrituras. Por exemplo, há uma contemplação estética ou a interpretação das Escrituras que podem não ter nada a ver com a sua interiorização espiritual. Hoje peçamos a Deus a graça de não sermos impermeáveis à sua Palavra.

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Solenidade do Sagrado Coração de Jesus

18 de Junho de 2020
Carta aos sacerdotes
Caríssimos irmãos sacerdotes do clero secular e regular, ao serviço do Povo de Deus no Patriarcado de Lisboa:

A Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, também dia de oração pela santificação dos sacerdotes, concentra-nos uma vez mais no cerne da nossa vida sacerdotal e pastoral. Tudo reside em Cristo e no seu “coração”, ou seja, no que tem de mais íntimo e determinante, que nos toca também como vocação e ministério.

Detenhamo-nos aqui um pouco. Como os primeiros discípulos, que ficaram com Jesus naquele dia. Logo a seguir, um deles chamou outro e seguiram-se mais (cf. Jo 1, 17 ss). Todos eles viveram do encontro com Cristo. Assim começou a Igreja, precisamente como anúncio e experiência de Cristo vivo e convivente. 

Como sucedeu com eles, também sucedeu connosco, sacerdotes de hoje, mais velhos ou mais novos, alcançados por Cristo de modo tão sedutor e forte, que o nosso coração não pretende outra coisa senão anunciar o seu. Nasce aqui a nossa vocação pastoral e celibatária, como entrega à missão e coração indiviso.

Aconteceu há mais ou menos anos, agora como há séculos. Podemos verificar, nas biografias e hagiografias de sacerdotes de muitas latitudes, épocas e culturas, como a motivação profunda é sempre a mesma, que Paulo traduziu assim aos filipenses: «Corro, para ver se o alcanço, já que fui alcançado por Cristo Jesus» (Fl 3, 12). A estrada de Damasco, em que o Ressuscitado o alcançara, abriu-lhe as estradas do mundo, para que todos O alcançassem também.   

Para eles e para nós, houve momentos difíceis e tempos conturbados. Outras tantas ocasiões para aprofundar a relação, que sempre cresce na prova. Também sucedeu com Cristo, que não desistiu dos que chamou, mesmo quando o entusiasmo deles arrefeceu. Assim mesmo os recuperou, dando a vida por eles. 

Por razões que só Deus sabe, o amor de Cristo tocou-nos fortemente. Ao ponto de fazer de nós sacramentos da sua entrega (sacerdotes) e da sua compaixão (pastores), para bem de todos. Por isso aqui estamos e assim continuamos. Dediquemos algum tempo a lembrar e agradecer quantos nos assinalaram a presença do Ressuscitado e nos fizeram crescer na comunhão com Ele. Imitaram assim aqueles primeiros discípulos, que depois chamaram outros ao primeiro grupo apostólico.

Os últimos meses, marcados pela pandemia que grassou, foram particularmente exigentes para o nosso povo em geral e o nosso ministério em particular. Chamados e formados para acompanhar as comunidades, não o pudemos fazer presencialmente e alguns viveram em isolamento custoso. Superámos como pudemos essa grande limitação, usando os atuais meios de comunicação, com bastante criatividade até. Garantimos catequeses, transmissões eucarísticas e tempos de oração, ações solidárias de vário tipo. 

Estamos agora em desconfinamento paulatino, retomando cautelosamente as celebrações e ações comunitárias. Vamos reencontrando o nosso lugar, no lugar de todos. Entretanto, vários me testemunharam como foi importante a companhia de colegas, mesmo por telefone ou internet, ao longo destes meses. Será ótimo se tal continuar, também presencialmente, em oração, partilha e convívio. Rezo muito especialmente por isso, porque o acompanhamento mútuo é indispensável para o bom exercício do ministério. Assim começou com Cristo e os doze e assim aconteceu nos melhores períodos da Igreja.

Podemos também retomar, neste dia de oração pela santificação dos sacerdotes, a belíssima carta do Papa Francisco de 4 de agosto passado, no 160º aniversário da morte do Santo Cura d’Ars. Nela acentua sentimentos essenciais do próprio Coração de Jesus, que hão de ser também nossos: gratidão ao Pai, misericórdia acolhedora, compaixão solidária, vigilância atenta e coragem para prosseguir com todos, colegas e fiéis em geral.

Irmãos e amigos, dou muitas graças a Deus pela vossa vida e ministério, assinalando a presença de Cristo Sacerdote e Pastor no mundo de hoje. O vosso lugar é o seu Coração, «no íntimo do mundo como um fogo», segundo um inspirado verso da nossa Liturgia.   

Convosco, em oração e muita estima,

+ Manuel, Cardeal-Patriarca

Acrescento duas breves notas:
- Sobre as próximas Ordenações de cinco novos sacerdotes, no Domingo 28 de junho: As condições atuais limitam o número de presbíteros participantes aos cónegos não jubilados, o secretariado permanente do Conselho Presbiteral, os vigários da vara, os membros das equipas formadoras dos seminários e os párocos das paróquias dos ordinandos ou onde estagiaram. Não poderão participar os diáconos e os acólitos, exceto os de serviço na celebração, nem consagrados e leigos em geral, à exceção dos que forem convidados.
- Sobre a Missa Crismal, que não pudemos celebrar em Quinta Feira Santa, faremos como na Diocese de Roma, suprimindo-a este ano.


MEDITAÇÃO DIÁRIA Qui, 18 – Semana XI do Tempo Comum

Sir 48, 1-15 / Slm 96 (97), 1-2.3-4.5-6.7 / Mt 6, 7-15

Quando orardes, não digais muitas palavras. (Evangelho)

Para rezar não precisamos de muitas palavras. Rezemos mais com o coração, com a emoção. Por exemplo, é diferente a emoção das palavras de uma rapariga ao pedir ao pai para ir a uma festa ou para comprar um livro de estudo. Assim também nós temos de rezar mais com emoção do que com palavras. Outras vezes, no fim de um período de oração, verificamos que estivemos distraídos grande parte do tempo. Mas a nossa boa vontade esteve lá. Pois isso já agradou a Deus. Hoje o leitor reze só repetindo uma frase que o toque.

A festa dos 175 anos do Apostolado da Oração

quarta-feira, 17 de junho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Qua, 17 – Semana XI do Tempo Comum

2 Reis 2, 1.6-14 / Slm 30 (31), 20.21.24 / Mt 6, 1-6.16-18

Para que os homens não percebam que jejuas. (Evangelho)

Há sempre gente que gosta de atirar à cara dos outros as suas grandes qualidades. Muitas vezes, a isso aliando muito pouca tolerância para com os defeitos dos outros. Ora é precisamente isto que Jesus nos diz que devemos evitar. As nossas qualidades não são para servir a nossa soberba e esmagar o nosso próximo. São para servir o nosso amor e enaltecer o nosso próximo. Gabando-nos, rebaixamo-nos. Perscrutemos o nosso interior e rezemos sobre isto.

terça-feira, 16 de junho de 2020

O que a Bíblia diz sobre o dinheiro

Shutterstock-lovelyday12

Administração do dinheiro: a Bíblia, o melhor consultor financeiro

ABíblia não é um manual de finanças, mas também contém muitas dicas úteis e práticas que podem ajudar todos a administrar melhor seu dinheiro e manter um relacionamento saudável com ele


É pecado querer ganhar dinheiro (mesmo muito dinheiro)? Devemos evitá-lo, sofrer, fazê-lo dar frutos? O que é uma administração de dinheiro responsável? É um mal necessário?

Fazer de vez em quando um exame de consciência sobre nosso relacionamento com o dinheiro e os bens materiais pode ser uma boa maneira de administrar melhor nosso orçamento.

O padre Pierre Debergé, autor de O dinheiro na bíblia. Nem pobre … Nem rico, oferece alguns conselhos sobre o assunto.

O que a Bíblia diz sobre o dinheiro?

Nas primeiras páginas, as riquezas materiais aparecem num ângulo positivo. Elas contribuem para a felicidade da pessoa e são um sinal da bondade de Deus. No começo, são inclusive consideradas como uma recompensa que testemunha a fidelidade da pessoa, enquanto a miséria é percebida como um castigo divino.

É Jó que romperá o vínculo entre riqueza e fidelidade: por experiência, ele sabe que o homem rico não é necessariamente um homem justo, assim como o homem pobre não precisa ser um pecador.

Os profetas, por sua vez, enfatizarão protestos contra aqueles que enriquecem às custas dos pobres. Basta reler, por exemplo, o Livro de Amós. Pouco a pouco, o pobre homem, que era considerado um homem amaldiçoado, é visto como o favorito de Deus.

Os ricos estão condenados?

Não. Quando Jesus diz: “Mas, ai de vós, ricos!” (Lc 6,24), não se refere a uma maldição ou condenação, mas a uma denúncia.

Jesus lamenta o destino daqueles que estão tão satisfeitos que não esperam mais nada de Deus nem de seus irmãos.

A Palavra de Deus não condena a riqueza mas ela adverte contra seus perigos. Todos nós já experimentamos isso.

O dinheiro é uma coisa fascinante, nos faz cair rapidamente em suas redes, nos prende à uma sensação enganosa de segurança.

Sem perceber, se não mantemos a guarda, depositamos toda a nossa confiança nele. Ele nos proporciona uma felicidade ilusória e, dessa maneira, nos separa da felicidade autêntica.

É por isso que Jesus adverte: “Mas, ai de vós, ricos, porque tendes a vossa consolação!”

Como o próprio Jesus se posiciona em relação ao dinheiro?

7 virtudes-chave do católico: as 3 teologais e as 4 cardeais

Dave Dugdale CC
Redação da Aleteia | Jun 16, 2020
As virtudes são disposições estáveis de praticar o bem, aperfeiçoadas pelo hábito. Elas podem ser humanas ou teologais.

As virtudes são disposições estáveis de praticar o bem, que se aperfeiçoam com o hábito. Elas podem ser humanas ou teologais: as virtudes humanas são adquiridas por meio do aprendizado e da prática, ao passo que as virtudes teologias são resultado da presença do Espírito Santo em nós, agindo sobre as nossas faculdades e suprindo as nossas fragilidades.
As 3 virtudes teologais
Wikipedia | Domena publiczna
“Teologal” se refere àquilo que tem a ver com Deus. As virtudes da Fé, Esperança e Caridade são teologais porque Ele próprio as concede a nós, convidando-nos a praticá-las de modo cada vez mais perfeito.

1 – Fé
A fé teologal nos leva a acreditar no Deus Uno e Trino, que é Pai Criador, Filho Salvador e Espírito Santo Santificador. Somente pela fé podemos conhecer a Verdade do Deus Altíssimo, revelada nas Sagradas Escrituras. É um dom. A fé teologal é muito mais segura do que a fé natural que temos nas pessoas, por exemplo. Pelo dom da fé, cremos na Revelação divina manifestada a nós ao longo da trajetória da criação e da humanidade: pelos Profetas, pelo Filho de Deus que é a Palavra Eterna, pelo testemunho dos Apóstolos, pelo Magistério confiado à Igreja.

2 – Esperança
A esperança teologal é a virtude pela qual desejamos e esperamos solidamente em Deus e em tudo o que Ele tem de maravilhoso para nós, seja nesta terra, seja na eternidade que Ele coloca ao nosso alcance respeitando o nosso livre arbítrio de aceitá-la ou recusá-la. A esperança teologal nos ajuda a enfrentar e vencer os obstáculos, sabendo que Deus é por nós. Maria é um exemplo perfeito de esperança teologal contra toda esperança meramente humana, pois ela manteve a plena e firme certeza de que, apesar dos sofrimentos, dos silêncios, da cruz e da morte, Deus jamais falharia. Ela esperou em Deus e não se viu defraudada.

3 – Caridade ou Amor teologal
A caridade, como virtude teologal, não é a simples beneficência ou filantropia, mas sim a plenitude do amor, por ser participação nossa no Amor de Deus mesmo, que, aliás, é Amor puro. Deus é Amor e nos convida a participar de Si mesmo mediante a virtude teologal da caridade, pela qual O amamos acima de tudo e de todos e amamos ao próximo como a nós mesmos, dispostos inclusive a dar a vida por amor.

As 4 virtudes cardeais
Sharon Mollerus | CC BY 2.0
“Cardo” em latim quer dizer “eixo”. Daí é que vem o termo que descreve as virtudes humanas da Prudência, da Justiça, da Fortaleza e da Temperança: elas são chamadas de virtudes cardeais por serem os eixos da vida virtuosa.

1 – Prudência
A prudência é a virtude do saber escolher. Não se trata de escolher entre coisas fúteis: a prudência nos ajuda a escolher os meios adequados para fazer o bem e vencer o mal. Essa escolha crucial precisa ser feita incontáveis vezes ao longo da vida e em meio a todo tipo de circunstâncias. É da prudência que Jesus fala ao nos dizer:
“Eis que vos mando como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como a serpente e simples como as pombas” (Mt 10, 16).
Podemos pecar contra a prudência de dois modos:

Por falta: a imprudência pode ser por precipitação, quando agimos sem refletir, ou por descuido, quando até refletimos, mas ainda assim fazemos mal feito.

Por excesso: trata-se da astúcia maliciosa, quando nos precavemos para ocultar um mal que praticamos, geralmente em relação a cuidados desvirtuados com a vida material.

2 – Justiça
É a virtude que nos leva a dar a cada um o que lhe é devido, incluindo a nós mesmos e a Deus. Por justiça, quando compramos algo, pagamos o seu valor; quando tomamos emprestado, assumimos o dever de restituir; quando contraímos uma obrigação, comprometemo-nos a cumpri-la. Quando se peca contra a justiça, o arrependimento e a confissão não bastam: a lesão cometida contra a pessoa que prejudicamos deve ser reparada.

Do ponto de vista religioso, a justiça está essencialmente ligada à santidade, manifestando-se no cumprimento dos mandamentos, na luta para manter a alma unida à Santíssima Trindade mediante a graça santificante e na fidelidade aos deveres do próprio estado: leigo, sacerdotal, matrimonial.

Na ordem das bem-aventuranças, a justiça é seguida da misericórdia, pois o Coração amoroso do Pai nos inspira a não somente dar o que é devido, mas ir além da obrigação e, com esforço cristão, compreender os defeitos de quem nos rodeia, perdoar setenta vezes sete (sempre), auxiliar para que os defeitos sejam superados e, principalmente, amar a todos, inclusive os que se apresentam cheios de defeitos e até aqueles que nos fazem o mal. É o que rezamos no Pai-Nosso: “…Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.

3 – Fortaleza
É a virtude que nos dota de segurança em tudo o que fazemos, principalmente nas dificuldades e contrariedades, ajudando-nos a vencer o medo. Ela nos dá suporte e constância na procura do bem, firmando em nós a resolução de resistir às tentações e superar os obstáculos na vida moral (cf. Catecismo da Igreja Católica, 1808).

A força não é virtude apenas dos heróis: ela está em cada escolha feita por nós em nosso dia-a-dia.

Na audiência geral de 15 de novembro de 1978, São João Paulo II nos ensinou:
“Segundo a doutrina de Santo Tomás, a virtude da fortaleza encontra-se no homem que está pronto a afrontar o perigo e a suportar a adversidade por uma causa justa, pela verdade, pela justiça, etc. A virtude da fortaleza requer sempre alguma superação da fraqueza humana e, sobretudo, do medo. O homem, por natureza, teme espontaneamente o perigo, os dissabores e os sofrimentos. É preciso, por isso, procurar os homens corajosos não só nos campos de batalha, mas também nas salas de um hospital ou num leito de dor. Tais homens podiam-se encontrar muitas vezes nos campos de concentração e nos locais de deportação. Eram autênticos heróis”.
4 – Temperança
É a virtude moral que modera a atração pelos prazeres e procura o equilíbrio no uso dos bens criados, conforme bem explica o Catecismo da Igreja Católica (cf. nº 1809). Ela é o “freio da alma”, que nos faz usar com moderação os bens temporais: comida, bebida, sono, diversão, sexo, conforto… A temperança nos ensina que para o uso de cada bem há tempo certo, contexto próprio e quantidade adequada.

Quem possui esta virtude tem domínio da vontade sobre os instintos: seus desejos não ultrapassam os limites da honestidade. É chamada também de “moderação” e “sobriedade”, como em Tt 2, 12, onde São Paulo diz que devemos “viver com moderação, justiça e piedade neste mundo”.

São João Paulo II, durante um encontro com os jovens na Basílica Vaticana, declarou sobre a temperança:
“O homem temperante é aquele que é senhor de si mesmo; aquele em que as paixões não tomam a supremacia sobre a razão, sobre a vontade e sobre o coração. Entendamos, portanto, como a virtude da temperança é indispensável para que o homem seja plenamente homem, para que o jovem seja autenticamente jovem. O triste e aviltante espetáculo de um alcoólico ou de um drogado nos faz compreender claramente que ‘ser homem’ significa, antes de qualquer outra coisa, respeitar a própria dignidade, isto é, deixar-se conduzir pela virtude da temperança. Dominar a si mesmo, as próprias paixões e a sensualidade não significa de maneira nenhuma tornar-se insensível, indiferente; a temperança de que falamos é virtude cristã, que aprendemos com o ensino e o exemplo de Jesus, e não com a chamada moral ‘estoica’”.

MEDITAÇÃO DIÁRIA Ter, 16 – Semana XI do Tempo Comum

1 Reis 21, 17-29 / Slm 50 (51), 3-4.5-6a.11.16 / Mt 5, 43-48

Amai os vossos inimigos. (Evangelho)

Quando eu escrevo este comentário aconteceu, num país com Covid, que uns vizinhos puseram na porta dos apartamentos de pessoal médico uns papéis que lhes diziam que fossem morar para fora do prédio. Nesse mesmo país, uma carrinha com idosos foi apedrejada também por medo de contágio. E, igualmente nesse país, o governo da uma região autónoma tinha decretado que os doentes com covid acima de determinada idade não fossem levados para o hospital... Querido leitor, este dito de Jesus tem de estar muito bem enraizado dentro de nós porque o «inimigo» pode surgir de muitas maneiras.

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Hoje o nosso Prior está de Parabéns pelos seus 23 anos de Sacerdócio!

Desejamos, por intersecção de São João Maria de Vianney, que Deus lhe dê sempre a força através do Seu Dívino Espirito Santo a encaminhar o Seu Povo pelos melhores caminhos até às fontes de água viva.

OPINIÃO ENTREVISTA A PETER SEEWALD

Bento XVI reflete sobre a sua renúncia
P. Andreas Lind, sj
14 Junho 2020

Ficamos a saber que a sua renúncia se compreende apenas no horizonte da fé e da vida espiritual. Não se trata de uma estratégia política ou de uma reação em face de uma Cúria irreformável e corrupta.

Depois da série de quatro longas entrevistas que Joseph Ratzinger, ou Bento XVI, concedeu a Peter Seewald – O Sal da Terra (1996), Deus e o mundo (2000), A Luz do Mundo (2010) e Últimas Conversas (2016) –, o jornalista alemão apresenta agora uma biografia autorizada do Papa emérito. Benedikt XVI. Ein Leben faz, naturalmente, a apologia do Papa emérito (como Massimo Faggioli fez questão de referir), ou não fosse Peter Seewald um jornalista que se converteu ao catolicismo a partir do contacto com a obra de Joseph Ratzinger e a sua pessoa.

Seja como for, este livro com mais de mil páginas tornar-se-á incontornável para quem quiser estudar a vida e o pensamento deste teólogo, deste bispo e pastor, deste Papa (em exercício e emérito). Muito bem documentado, Seewald ajuda-nos a compreender as posições, por vezes polémicas, de Ratzinger em relação ao modo de receber e interpretar o Concílio Vaticano II, a teologia da libertação, o diálogo ecuménico e inter-religioso, o papel das mulheres na sociedade e na Igreja, o relativismo da mentalidade contemporânea…

Sem dúvida, estamos diante de alguém que foi, e permanece, profundamente fiel à Igreja e à fé que professa, ao mesmo tempo que se mantém intelectual e espiritualmente independente. Nesse sentido, Ratzinger mostra-nos o que quis dizer Chesterton ao afirmar que só a Igreja Católica seria capaz de nos livrar da terrível “escravidão” de apenas se ser “filho do tempo” (cf. The Catholic Church and Conversion, chap. V). Esta liberdade ou independência em relação ao tempo manifesta-se, por um lado, na sua capacidade em discordar com a mentalidade em voga, sem deixar que a Igreja se torne, apesar disso, num simples museu de coisas antigas. A mesma liberdade permite-lhe, por outro, introduzir “novidades” na Tradição viva da Igreja e divergir em certa medida, e sempre com respeito obediente, de um Papa como João Paulo II (demonstra-o, a título de exemplo, a sua posição em relação ao célebre Encontro de Assis).

MEDITAÇÃO DIÁRIA Seg, 15 – Semana XI do Tempo Comum

1 Reis 21, 1-16 / Slm 5, 2-3.5-6.7 / Mt 5, 38-42

Não resistais ao homem mau. (Evangelho)

Não resistir ao homem mau é não oferecer uma resistência agressiva a quem nos faz mal. Mas isso não significa capitularmos perante o nosso opositor. Devemos manter-nos fiéis a nós próprios, firmes, embora não magoando o «homem mau», não pagando com a mesma moeda, não agredindo, o que é um equilíbrio difícil de fazer. Tentemos assimilar estas ideias pensando em algum caso da nossa vida. Tentemos puxá-las para o nosso coração.

domingo, 14 de junho de 2020

Fátima: Imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima celebra 100 anos na Cova da Iria (c/fotos)

Peregrinos podem visitar hoje a imagem na exposição «Vestida de Branco»

Foto: Arlindo Homem/AE
Fátima, 13 jun 2020 (Ecclesia) – A primeira imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima encontra-se hoje em exposição, inserida na mostra «Vestida de Branco», assinalando os 100 anos da chegada deste ícone ao Santuário de Fátima.

“Num momento único, a primeira imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima saiu, esta tarde, da peanha da Capelinha das Aparições para o núcleo V da exposição temporária «Vestida de Branco», onde vai estar até às 20h00 para contemplação próxima pelos peregrinos”, explica o site do Santuário de Fátima.

De acordo com o Santuário, o cardeal de Leiria – Fátima, D. António Marto, foi o primeiro visitante, acompanhado do reitor do Santuário de Fátima, o padre Carlos Cabecinhas, e por Elvira Sequeira, vereadora da Cultura e Património Cultural de Torres Novas, “município de onde era natural Gilberto Fernandes dos Santos, o devoto que tomou a iniciativa de encomendar a escultura à Casa Fânzeres, de Braga”.

À abertura, marcada para as 14h30, já aguardavam “centenas de peregrinos”, numa “longa fila, por forma a garantir o distanciamento físico de segurança”.

Foto: Arlindo Homem/AE
A imagem de Nossa Senhora foi modelada e executada por José Ferreira Thedim, conforme o relato das videntes, transmitido posteriormente pelo cónego Manuel Formigão.

“A imagem chegou à igreja paroquial de Fátima a 13 de maio de 1920, onde foi benzida pelo pároco, padre Manuel Marques Ferreira. Só um mês depois seria levada para a Capelinha das Aparições, numa delonga que se ficou a dever à proibição das manifestações religiosas pelo regime republicano, que vigorava naquele tempo”, recorda o site.

De acordo com o  Santuário de Fátima, a imagem de Nossa Senhora “apenas saí da Capelinha das Aparições nos dias 12 e 13 das Peregrinações Internacionais Aniversárias, que decorrem entre maio e outubro, e a 15 de agosto e 8 de dezembro, dias em que a Igreja celebra a Assunção e a Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, respetivamente”.

A exposição «Vestida de Branco» pode ser visitada até 15 de outubro de 2020, no convivium de Santo Agostinho, na Basílica da Santíssima Trindade.

LS

MEDITAÇÃO DIÁRIA Dom, 14 – Domingo XI do Tempo Comum – Ano A

Ex 19, 2-6a / Slm 99 (100), 2.3.5 / Rom 5, 6-11 / Mt 9, 36 – 10, 8

Este trecho do livro do Êxodo apresenta a proposta que Deus faz ao povo que libertou da escravidão do Egito. Propõe uma aliança extremamente vantajosa para o povo eleito. É um contrato de amizade e proteção de Deus omnipotente. Como todo o contrato, é fundamental cumprir as condições, que aqui é a fidelidade do povo ao Senhor Deus de Israel.

A Eucaristia é a «nova e eterna aliança», confirmada pelo próprio Filho de Deus, que oferece o seu Corpo e Sangue pela nossa salvação. Muito mais do que um piedoso ritual, a Eucaristia renova o divino contrato de aliança de Deus connosco. Não há ninguém tão humanamente nosso como Deus.

S. Paulo sublinha a gratuidade generosíssima de Deus para connosco. É que «quando ainda éramos pecadores, Cristo morreu por nós». A originalidade de Deus está em amar quem não é naturalmente amável. Verdade perfeitamente atual que nos enche de consolação e confiança e nos dinamiza para assim procedermos nas nossas relações fraternas. Amar o nosso próximo simplesmente por amor e não com retribuição da sua amizade.

Assim nos suplica Jesus, ontem e hoje: «Pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara». É das poucas intenções de oração que Jesus recomenda. Pedir a Deus vocações que generosamente trabalhem na vinha do Senhor, que é a Igreja. Não é que Deus precise de ser recordado. Precisamos sim nós de nos abrirmos ao dom de sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos e leigas que se comprometam a servir a Igreja. Aqui não deve haver espectadores que assistem passivamente, mas todos são chamados a ser ativos construtores de uma Igreja mais santa, de famílias e comunidades unidas, de um mundo melhor.

sábado, 13 de junho de 2020

13 de Junho de 2020

Bom dia e um bom sábado para si que nos acompanha neste dia, tão carregado de tradição em Portugal.
Foto: Arlindo Homem/Agência ECCLESIA
De Fátima, onde se celebra a segunda aparição de Nossa Senhora, chegou um  apelo de D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa e presidente da peregrinação internacional aniversária, onde se voltaram a ver centenas de velas dos peregrinos: “Não podemos abandonar o nosso próximo” e ninguém “crente ou não crente, pode dormir descansado se sabe que à sua beira existe uma família que passa fome”. Hoje voltam a reunir-se os peregrinos na Cova da Iria.

Em Lisboa, numa celebração essencial, vive-se o dia de Santo António, padroeiro da cidade. Um doutor da Igreja que muitas vezes é esquecido no meio de sardinhas e marchas, da legítima alegria popular, mas que este ano, quem sabe, poderá merecer um pouco da atenção que merece. A Missa festiva é presidida por D. Joaquim Mendes, bispo auxiliar de Lisboa, junto à igreja onde nasceu o religioso português, que há 800 anos decidiu ser franciscano.

 No final, uma nota pessoal, de despedida ao cónego Luís Manuel Pereira da Silva, o pároco da Sé de Lisboa e meu antigo professor, que faleceu esta sexta-feira, aos 63 anos de idade. Descanse na Paz do Senhor.

Octávio Carmo

MEDITAÇÃO DIÁRIA Sáb, 13 – Santo António de Lisboa (Festa)

Sir 39, 8-14 / Slm 18 B (19 B), 8.9.10.11 / Mt 5, 13-19

Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração. (Salmo)

Os preceitos de Deus alegram o coração precisamente por serem retos, por serem claros, por nos darem descanso, porque Deus é amor. Além de serem muito claros, são muito libertadores. Os preceitos positivos são amplos – amar a Deus, o outro e a nós mesmos –, puxando extraordinariamente pela nossa criatividade, e os preceitos restritivos são muito poucos, em relação à quantidade imensa das nossas ações. Hoje, o leitor tome consciência disto e dê graças a Deus, alegre-se com os preceitos do Senhor.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Dia de Santo António


MEDITAÇÃO DIÁRIA Sex, 12 – Semana X do Tempo Comum

1 Rs 19, 9a.11-16 / Slm 26 (27), 7-8.9.13-14 / Mt 5, 27-32

Eu procuro, Senhor, a luz do vosso rosto. (Refrão do Salmo)

Deus é sempre associado à luz e o maligno à escuridão. Quando andamos desorientados dizemos que andamos à procura de uma luz, como se a desorientação nos tivesse mergulhado nas trevas. Habituemo-nos a pedir a luz de Deus em momentos de aflição. No fundo, a pedir o Espírito Santo. E assim poderemos andar mais calmos, confiantes que a luz surgirá dentro de nós.

quinta-feira, 11 de junho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Qui, 11 – Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Solenidade) – Ano A

Deut 8, 2-3.14b-16a / Slm 147, 12-15.19-20 / 1 Cor 10, 16-17 / Jo 6, 51-58

Cada Missa celebrada, todas as Eucaristias em que participamos são uma celebração do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo que Se oferece a nós, renovando e atualizando a Última Ceia de Jesus e a oferta da sua vida no calvário.

A festa de hoje começou a ser celebrada em Liège, na Bélgica, em 1246. O Papa Urbano IV, em 1264, alargou-a a toda a Igreja. Celebrar esta festa é proclamar a atualidade de Jesus, vitalmente presente na Eucaristia. Jesus é muito mais que um personagem ilustre, herói e santo, que viveu há uma vintena de séculos. Na Eucaristia, que é o Corpo e Sangue de Jesus, celebramos a Cristo nosso contemporâneo, realmente presente, não apenas simbolicamente recordado.

O livro do Deuteronómio recorda ao povo eleito o que Deus fez por ele. Sem Deus não tinha sido liberto da escravidão no Egito e teria sucumbido na travessia do deserto até lhe poder ser oferecida a Terra prometida. Moisés recorda ao povo que não se pode esquecer do seu máximo benfeitor, o Senhor Deus: «Foi Ele quem, da rocha dura, fez nascer água para ti e, no deserto, te deu a comer o maná, que teus pais não tinham conhecido». E o novo maná, maravilhosamente superior, é a Eucaristia, o próprio Deus que Se oferece como alimento.

Recordar não é simples saudosismo. Recordar o que Deus tem feito por nós reforça a nossa identidade de amados por Deus omnipotente, sempre fiel, mesmo quando nós quebramos a aliança pelo pecado. Deus é «incorrigivelmente» compassivo e misericordioso.

S. Paulo, perante as divisões que havia na comunidade cristã de Corinto, faz um apelo à unidade, usando um argumento eucarístico: «Visto que há um só pão, nós, embora sejamos muitos, formamos um só corpo, porque participamos do único pão» da Eucaristia. Este argumento continua perfeitamente atual: nós, que comungamos o mesmo Corpo de Cristo, temos de viver unidos. O laço mais forte da nossa união é o próprio Cristo que comungamos.

O trecho do Evangelho de S. João relata o discurso eucarístico que Jesus fez depois do milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, matando a fome a uma numerosa multidão. O entusiasmo foi tão grande que O quiseram fazer rei. Jesus Cristo clarificou que tal milagre era apenas a introdução de um milagre muito maior, a Eucaristia: «Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia». Agradeçamos a imensa graça de termos um Deus que Se nos dá em comunhão, como garantia de salvação eterna.

Vaticano: Voltem à Missa «logo que possível», o convite do Papa aos católicos

Francisco sublinha celebração excecional do Corpo de Deus nos países afetados pela pandemia
Cidade do Vaticano, 10 jun 2020 (Ecclesia) – O Papa Francisco convidou hoje os católicos a assinalar a solenidade do Corpo de Deus com “confiança” no futuro e em Deus, regressando à celebração da Missa assim que for possível.

“Logo que vos seja possível, voltai à adoração e à comunhão do Corpo do Senhor na Missa de preceito. É a graça da Páscoa que frutifica na Eucaristia e que torna fecunda a nossa vida”, declarou, durante a audiência geral que decorreu na biblioteca do Palácio Apostólico, ao saudar os ouvintes de língua portuguesa.

Francisco sublinhou depois que a solenidade do Corpo e Sangue de Cristo não se vai assinalar, este ano, com “manifestações públicas”, por causa das limitações impostas pela pandemia, mas todos podem viver uma “vida eucarística”.

“A hóstia consagrada encerra em si a pessoa de Cristo: somos chamados a procurá-lo diante do sacrário, na igreja, mas também no tabernáculo que são os últimos, quem sofre, as pessoas sozinhas e pobres. O próprio Jesus o disse”, acrescentou.

O Papa desejou que todas as pessoas possam encontrar na Eucaristia “as energias necessários para viver com fortaleza cristã os momentos difíceis”.

A reflexão semanal de Francisco foi dedicada à “oração de Jacob”, uma passagem do livro bíblico do Génesis que fala da “luta” com Deus, na qual a tradição espiritual da Igreja Católica vê “o símbolo da oração como combate da fé e vitória da perseverança”.

“Todos nós temos um encontro com Deus durante a noite. Ele vai surpreender-nos quando menos esperamos, quando nos encontramos realmente sozinhos. Naquela mesma noite, lutando contra o desconhecido, tomaremos consciência de que somos apenas pobres homens”, observou, falando na “bênção reservada para aqueles que se deixaram transformar por Ele”.


OC

quarta-feira, 10 de junho de 2020


SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO


Papa abençoa primeiro santurário dedicado à Virgem do Silêncio

A Virgem do Silêncio é um sinal de profecia contra a ditadura da sociedade do barulho, contra as fofocas que existem na Igreja e nos faz ouvir a voz de Deus no silêncio

Na pandemia, temos uma mãe que cuida de nós”, disse à Aleteia o frei Emiliano Antenucci, capuchinho, reitor do santuário diocesano dedicado à Virgem Maria do Silêncio, recém-inaugurado na igreja de São Francisco de Assis, localizada em Avezzano, na região italiana de Abruzzo.
O Papa Francisco deu a bênção para que os peregrinos e os fiéis possam prestar culto público a essa dedicação mariana especial, cujos dons são um modelo para realizar as obras de misericórdia em silêncio, em segredo, sem se gabar de nada, praticando o estilo da discrição.

Frei Antenucci acredita que “A Virgem do Silêncio” pode inspirar as pessoas durante esta pandemia.

“Todos nós estamos passando por essa provação mundial. O silêncio forçado durante a pandemia nos fez criar um silêncio interior. A Virgem do Silêncio é um sinal de profecia contra a ditadura da sociedade do barulho, contra as fofocas que existem na Igreja e nos faz ouvir a ‘brisa suave’, como disse o profeta Elias, a voz de Deus no silêncio”.

“O silêncio nos chama a confiar na vida, em Deus, nos outros, em nós mesmos”, afirma o frei Antenucci.

Silêncio pela capacidade de ouvir
O distanciamento social obrigatório também pode ser uma tentação de se isolar e manchar a alma com o egoísmo, individualismo e auto-referência.

O antivírus para essa tendência é praticar uma escuta ativa que vem do silêncio.

Precisamente durante a primeira fase de confinamento na Itália, na Capela da Casa Santa Marta, o Papa Francisco convidou a valorizar a oportunidade oferecida pelo silêncio deste período de pandemia.

“Nesse período há muito silêncio. Você pode até ouvir o silêncio. Que esse silêncio, que é um pouco novo em nossos hábitos, nos ensine a ouvir, nos faça crescer em nossa capacidade de ouvir” (21 de março de 2020).


Distanciamento social, mas não do coração

Papa Francisco compartilha oração de 7 palavras que aprendeu com avó

Papa indica uma atitude simples para experimentar a misericórdia, o perdão e a ternura de Deus
O Papa Francisco está nos encorajando a aproximar nosso coração do Sagrado Coração de Jesus, especialmente através das graças da adoração eucarística neste mês de junho.
Ele também aconselha uma oração simples que aprendeu com sua avó.

O Santo Padre guiou os fiéis presentes na Praça de São Pedro no domingo passado a meditar com ele na oração: “Jesus, manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso”.

Junho é o mês tradicionalmente dedicado à devoção ao Sagrado Coração, que o Papa disse ser uma “devoção que une os grandes mestres espirituais e os simples entre o povo de Deus”.

“De fato, o coração humano e divino de Jesus é a fonte onde sempre podemos recorrer à misericórdia, ao perdão e à ternura de Deus”, disse.

Fonte de misericórdia
Para acessar essa fonte de misericórdia e amor que é o Sagrado Coração, o Papa indicou se concentrar nesta passagem do Evangelho:
Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigênito, para que todo o homem que acredita nele não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3,16-18)
Segundo o Papa, é preciso sentir que em cada gesto, em cada palavra de Jesus, “no centro há amor, o amor do Pai que enviou Sua Filho, o amor do Espírito Santo que está dentro de nós.”

Podemos alcançar essa atitude de contemplação “adorando a Eucaristia, onde esse amor está presente no Sacramento”. “Então nosso coração também, pouco a pouco, se tornará mais paciente, mais generoso, mais misericordioso, imitando o Coração de Jesus.”
Há uma oração antiga – aprendi com minha avó – que dizia: “Jesus, fazei meu coração semelhante ao Vosso”. É uma linda oração. “Jesus, fazei meu coração semelhante ao Vosso”. Uma linda oração, curta, para rezar durante este mês. Vamos dizer juntos agora? “Jesus, fazei meu coração semelhante ao Vosso.”

MEDITAÇÃO DIÁRIA Qua, 10 – Santo Anjo da Guarda de Portugal (Memória)

Dan 10, 2a.5-6.12-14ab / Slm 90 (91), 1.3.5b-6.10-11.14-15 / Lc 2, 8-14

O Senhor mandará os seus Anjos que te guardem em todos os teus caminhos. (Salmo)

Na Bíblia, os anjos louvam ou servem Deus (Livro do Apocalipse) e, noutras ocasiões, são mensageiros de Deus. Na sua relação connosco, segundo a tradição, um anjo é um protetor e um ajudante. Várias vezes tenho sido acordado, de uma forma quase física, a uma hora que precisava. Penso que foi o meu anjo da guarda. O leitor desenvolva uma relação com o seu anjo da guarda que lhe será muito útil – não só mas também – à hora da morte.

NOVENA AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

A Rede Mundial de Oração do Papa em Portugal disponibiliza, de 11 a 19 de junho, uma novena de preparação da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. A proposta, publicada na revista Messenger, da Irlanda, tem como autor o P. David Stewart, sj, diretor nacional da Rede Mundial de Oração do Papa no Reino Unido.

A novena prevê um momento de oração diário, de cerca de dez minutos, e apresenta um itinerário que ajuda cada um a sintonizar-se com os sentimentos do Coração de Cristo e a concretizar na própria vida as orientações que resultam da oração.

Este mês de junho, o Papa Francisco tem como intenção “Para que aqueles que sofrem encontrem caminhos de vida, deixando‐se tocar pelo Coração de Jesus”. Esta novena procura ser um modo concreto de responder a este apelo, apontando para um caminho que leve a uma missão de compaixão pelo mundo.

A novena pode ser consultada ou descarregada gratuitamente para impressão aqui.

domingo, 7 de junho de 2020

Compaixão pelo mundo - O Vídeo do Papa 6 - junho 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Dom, 7 – Santíssima Trindade (Solenidade) – Ano A

Ex 34, 4b-6.8-9 / Dan 3, 52-56 / 2 Cor 13, 11-13 / Jo 3, 16-18

Deus, desde sempre sem princípio, é a família do Pai que Se manifestou como criador, do Filho que Se fez um de nós para a redenção da humanidade e do Espírito santificador. Deus sempre foi plural, família de pessoas, unidas por um amor desmedidamente infinito. E nós somos criados à imagem e semelhança de Deus comunidade trinitária. Todo o individualismo egocentrista é como que uma heresia, uma negação da nossa verdadeira identidade, o contrariar e denegrir o ADN da nossa família divina.

Celebramos neste domingo a festa da real identidade do nosso Deus, que é família trinitária, na qual, por imensa graça, fomos inseridos. Nós, os batizados, somos da família de Deus Trindade Santíssima.

Os povos pagãos imaginavam Deus como um ser distante e prepotente, que deveria ser temido, pois os seus castigos seriam terríveis para quem violasse as suas leis. O Deus que Se revela a Moisés, com proximidade familiar, é «clemente e compassivo», «cheio de misericórdia e fidelidade». O nosso Deus, apesar dos nossos defeitos, digna-Se «caminhar no meio de nós» como um familiar amigo. A palavra hebraica para designar que Deus é misericordioso indica a ternura com que uma mãe ama o filho que tem nas suas entranhas.

A segunda leitura relata-nos as últimas frases desta carta de S. Paulo aos cristãos de Corinto. São palavras que ultrapassam as formalidades e exprimem ternura e dedicação amiga. São expressões que incutem alegria e paz, ânimo e união. Este tom positivo e animador deveriam ter todas as nossas saudações. A carta termina com uma saudação trinitária, que agora usamos na liturgia da Missa: «A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus (Pai) e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco».

As imagens que os homens foram criando de Deus muitas vezes desfiguram o seu verdadeiro rosto. Passa então a ser alguém que nos espia e controla, juiz severo que se vinga das nossas infidelidades e pecados. S. João apresenta-nos Cristo a explicar qual a sua missão no meio de nós. Há dois mil anos, como Verbo encarnado, e hoje como Cristo eucarístico: «Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna». Enche-nos de consolação e esperança saber que Deus tem sobre nós um plano de salvação, aconteça o que acontecer à nossa pobre fraqueza. O único Deus verdadeiro é o Deus da nossa salvação.

sexta-feira, 5 de junho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Sex, 5 – S. Bonifácio (Memória) / 1ª Sexta-Feira

2 Tim 3, 10-17 / Slm 118 (119), 157.160.161.165.166.168 / Mc 12, 35-37

Toda a Escritura (…) é útil para ensinar, persuadir, corrigir e formar. (1ª Leitura)

Deixemo-nos, pois, ensinar, persuadir, corrigir e formar. Muitas vezes, a Escritura é, para nós, um livro que pode ser muito bonito, como uma obra de arte, mas que não mexe com a nossa vida. Ora, a Escritura é a palavra de Deus, que é sempre viva. Cabe-nos deixarmo-nos penetrar por ela. Temos de o fazer. A Escritura é uma ligação fundamental a Deus. Quantas vezes nós vamos à missa e a Palavra que lá ouvimos se traduz em zero na nossa vida? A Palavra é a voz de Deus. Quando não a pomos em prática, estamos a voltar as costas a Deus.

Carta às famílias da diocese de Lisboa

Pedindo a Deus muita saúde e paz para todos, dirijo-vos deste modo algo do que pensava dizer-vos na Festa da Família, que mais uma vez se realizaria no próximo Domingo da Santíssima Trindade, a 7 de junho.

A pandemia com que ainda nos confrontamos impede que nos reunamos presencialmente desta vez. Mas não que vos manifeste assim a muita estima e oração com que sempre vos acompanho, sabendo como o próprio Deus vos quer, como primeira comunidade humana e escola de comunhão verdadeira.

Pais e filhos, avós e parentes, constituem o núcleo básico de entreajuda e carinho onde a comunidade ganha o seu primeiro rosto e exercício. Por isso a promoção e proteção das famílias deve ser o primeiro objetivo de qualquer sociedade organizada. Temos muito a fazer neste sentido, especialmente agora, quando a crise sanitária e económica atinge fortemente a muitos e dificulta a sobrevivência de tantos, no que respeita ao trabalho e a tudo o mais que garanta a vida das pessoas e suas famílias.

 Durante o confinamento com que procurámos impedir o alastramento da pandemia, as famílias viveram um tempo inédito de concentração em casa e proximidade constante entre os seus membros. Muitos testemunhos me chegaram de como proporcionou também a redescoberta da dimensão doméstica da Igreja. Muitas seguiram mediaticamente as celebrações eucarísticas e os tempos de oração que os seus párocos e outros sacerdotes realizaram. A impossibilidade de receção dos sacramentos incrementou a antiga prática da comunhão espiritual, que acrescenta o desejo de nos alimentarmos do Pão da Vida, que é Cristo omnipresente, mesmo quando não é possível recebê-lo sacramentalmente. Também a recitação familiar do rosário, a leitura da Palavra de Deus e outros momentos de meditação e oração se multiplicaram. 

Será bom que muitos destes hábitos continuem, complementando a indispensável prática sacramental e comunitária que se irá retomando, com a cautela necessária para que a pandemia não retorne. Assim mesmo, unindo as duas dimensões da vida eclesial, doméstica e comunitária, acompanharmos o percurso existencial que o próprio Jesus seguiu nos seus trinta anos em Nazaré da Galileia, da casa de família ao culto comunitário semanal, a que não faltava (cf. Lc 4, 16).

Agradeço muito às famílias da diocese de Lisboa tudo o que conseguiram fazer neste tempo difícil para se manterem unidas na entreajuda e na oração, bem como na atenção às necessidades dos seus vizinhos e outras pessoas mais fragilizadas. Nos Atos dos Apóstolos, conta-se que o primeiro núcleo eclesial do nosso continente, no que respeita à missão de S. Paulo, foi a família de Lídia, em Filipos (cf. Act 16, 15). Sabemos como o apóstolo contou com o casal Áquila e Priscila para a missão em Corinto e em Éfeso (cf. Act 18); e como destaca o papel da família na transmissão da fé, escrevendo assim a Timóteo: «Trago à memória a tua fé sem fingimento, que se encontrava já na tua avó Loide e na tua mãe Eunice…» (2 Tm 1, 5).

Rezo para que tudo continue ou se recupere desta forma, para que a Igreja se defina realmente como “família de famílias” (Amoris Laetitia, 87), tal como começou. Os nossos sacerdotes seguem o percurso de Jesus que, permanecendo celibatário, alargou a todos os sentimentos familiares com que crescera na família de Nazaré. São duas dimensões complementares da mesma vida em Cristo, para que a Igreja se manifeste inteiramente como “família de Deus” (Ef 3, 19).      

Saúdo-vos do coração, especialmente aos casais que neste ano celebram bodas marcantes do seu matrimónio. Confio muito no que o Espírito de Deus faz nas famílias e através delas, rumo a uma sociedade que se torne mais familiar também!


Lisboa, Domingo de Pentecostes, 31 de maio de 2020


+ Manuel, Cardeal-Patriarca

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Paróquia de Colares - Avisos semana de 2 a 7 de Junho de 2020



Estimados Paroquianos, no próximo fim de semana celebraremos a Solenidade da Santíssima Trindade e celebramos ainda a 1ª Quinta feira, a 1ª sexta feira e o 1º sábado do Mês. Face à pandemia atual, toda a informação será feita apenas em formato digital. Assim envio os avisos para a próxima semana. Iremos informar-vos através deste meio dos horários das nossas celebrações. Recordo as informações que já vos foram enviadas e peço a vossa colaboração e a melhor compreensão. Peço ainda que procureis seguir as orientações das equipas que estarão no acolhimento.
Assim nesta semana os avisos são os seguintes:
Terça Feira: Adoração ao SS.mo Sacramento e Confissões às 18h00. Missa às 19h00 em  Colares.
Quarta Feira: Missa às 9h30 seguida de Adoração ao SS.mo Sacramento e confissões, em Almoçageme.
Quinta Feira: 1ª do Mês. Adoração ao SS.mo Sacramento e Oração Vocacional às 18h00 e Missa às 19h00 no Mucifal.
Sexta Feira: 1ª do Mês. Adoração ao SS.mo Sacramento e Confissões às 18h00 e Missa às 19h15 na Igreja da Misericórdia.
Sábado: 1º do Mês. Missa Vespertina às 16h00 na Azóia. Adoração ao SS.mo Sacramento e oração do Rosário às 16h30 e Missa às 17h30 na Quinta da Tomadia, na Praia das Maçãs e Missa às 19h00 na Igreja do Mucifal.
Domingo 1º do Mês. Missas em Almoçageme às 10h30, Colares às 12h00 e 19h00 e nas Azenhas do Mar às 17h00.